terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Uma Maneira diferente de entender o Dom de Línguas


No momento de receber o Espírito Santo, em Pentecostes, os discípulos estavam unidos em oração, com Maria, a mãe de Jesus (cf. At 1,14 ; At 2,1-12). Os apóstolos eram medrosos e pouco corajosos. Eram como nós, indignos e incapazes de levar adiante a missão tão importante deixada por Jesus (cf. Mt 28, 19-20); Mas quando se abriram ao Espírito Santo, Ele os impeliu e eles puderam falar em uma linguagem de modo que todos os que os ouviam, “judeus devotos de todas as nações que há debaixo do céu” (At 2,5) e outros tantos povos de diferentes culturas ali presentes (cf. At 2, 9-11a), todos exclamavam que “ nós os ouvimos pregar em nossas próprias línguas as Maravilhas de Deus” (At 2,11). O Dom de Línguas pode ser entendido aqui como a globalização do amor, consiste em saber falar aos corações das pessoas, de todas as raças, de todas as línguas, cor, sexo, grupo social ou religioso, o idioma da Verdade: Jesus Cristo. Esse dom nos permite falar desta grande Verdade com um banqueiro, um pedreiro, um doente, um funcionário público, uma dona de casa, a um universitário, a uma criança ou a um sacerdote de modo que todos entendam. O projeto de Deus é que sejamos “um só coração e uma só alma” (At 4,32), que sejamos unidos em Cristo, mas com a nossa rica diversidade cultural. Em um mundo cada vez mais interligado pelos meios de comunicações – especialmente os via satélite e via internet – mas onde também cada vez mais reina o individualismo e o egoísmo, que vão contra o projeto do Espírito Santo, em Pentecoste, de amor e união entre os povos, que possamos, nós, fazer a diferença, com a força do Espírito Santo Paráclito, ser anunciados universais –católicos- de Jesus Cristo, “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14,6). É preciso tomar cuidado com a nossa linguagem, pois quantas vezes falamos uma coisa e as outras pessoas não entendem? Ou, quantas vezes não enfrentamos situações de confusão por uma palavra mal dita? Já nos dizia João Paulo I : “É preciso saber falar com carinho ao nosso interlocutor na sua própria linguagem e depois, pouco a pouco, o iremos trazendo, suavemente, ao nosso terreno.” Evangelizar é “fazer-se tudo para todos, para ganhar a todos” (I Cor 9,22). Esse é o Dom de Línguas que tanto precisamos aprender, a linguagem universal do amor.

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