terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Os Frutos dos encontros espirituais para jovens

Neste ano em que a Igreja prepara-se para celebrar o maior evento da juventude católica no Brasil, a JMJ - Rio 2013, é uma boa hora para olharmos com fé para os encontros de jovens que realizamos em nossa paróquia. São muitos, alguns como o FSJC, adorações, tardes de louvor, grupos de oração, de jovens, vigílias, e outros encontros ligados as diversas espiritualidades, sobretudo das chamadas "novas comunidades". A organização desses encontros e eventos é normalmente feita pelas lideranças comunitárias que trabalham diretamente com a juventude, o que é muito natural. Os frutos desses trabalhos pastorais, entretanto, são "cobrados" ou ao menos percebidos por toda a comunidade local onde tais encontros ocorrem. É verdade que nem sempre esse assunto é tratado com franqueza. Muitas e muitas vezes o que se escuta por aí é "O encontro acabou...o que fica? Onde estão os jovens que participaram? Por que não participam nas atividades da Igreja? Onde estão os frutos?" Esta é uma questão complexa e envolve uma série de elementos que podem ajudar a explicar essa situação...
Não pretendo colocar aqui todos esses elementos, gostaria, na verdade, de dirigir-me àqueles que alguma vez fizeram, como eu, alguma dessas perguntas colocadas logo acima.
De fato, a CNBB, por meio do Documento que trata sobre a evangelização da juventude, nos diz que "nossa tradição eclesial comprova o valor perene de momentos especiais para os jovens e com os jovens, cuja finalidade é a formação e a espiritualidade." ( Doc. 85, § 127). Ora, os frutos que esperamos desses "momentos especiais" são, portanto, a formação e a espiritualidade dos jovens que deles participam e não necessariamente o engajamento pastoral. Certamente que jovens bem formados na fé e com uma espiritualidade concreta, engajar-se-ão nas atividades pastorais. Mas a pergunta que fica é "Será que o trabalho pastoral é a única maneira de 'colher frutos' desses encontros?" Ou ainda, "Não houveram frutos se não houve engajamento pastoral?".

Novamente, o Documento citado lança certa luz sobre essas questão: "Encontros, jornadas e manhãs de formação são capazes de congregar muitos jovens interessados em encontrar algo mais profundo, desafiador, envolvente. Palestras bem ministradas e o clima de amizade são capazes de mexer com a vida dos jovens dando-lhes rumo, segurança, serenidade. Os diversos tipos de retiros, vigílias, celebrações provocam nos jovens grandes questionamentos e desejo de mudança de vida, principalmente quando são confrontados com a pessoa e a proposta de Jesus Cristo." ( Doc. 85, § 127).

Veremos os frutos desses encontros e eventos na medida em que eles "mexem com a vida dos jovens, dando-lhes rumo..." e "desejo de mudança de vida quando estes encontram a pessoa e a proposta de Jesus Cristo." Esta nova visão nos ajuda a ver que tais frutos não podem simplesmente serem percebidos pela mera "participação na Igreja", mas por algo mais profundo. Assim, poderemos ajudar os grupos que realizam os encontros e outros eventos a atingirem essas finalidades.

Às lideranças jovens gostaria apenas de lembrar que "Estes momentos devem ser bem organizados e conduzidos, de maneira que as várias dimensões da vida sejam contempladas, e não se tornem demasiadamente emocionais ou reivindicativas." ( Doc. 85, § 127).

Concedei aos nossos jovens a realização de suas esperanças, – para que saibam responder ao vosso chamado com grandeza de alma. ( Vésperas 15 de Janeiro)

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