quinta-feira, 26 de março de 2020

Vaticano decreta novas orientações para Missa em Latim. Verdade seja dita: é mais difícil de entender


O Vaticano, por meio da Congregação para a Doutrina da Fé, voltou a emitir decretos sobre a Missa em latim para os "diversos fiéis" que foram "formados no espírito das formas litúrgicas precedentes ao Concílio Vaticano II[1]". Os decretos enxertam elementos da Missa de Paulo VI no jeito medieval de rezar a Ceia[2].

O assunto é complicado. Da parte do papa Francisco, há um esforço humilde e sincero para abraçar esses diversos fiéis formados na era anterior a reforma litúrgica. Largar velhas práticas e mudar de hábito é um desafio mesmo. Para alguns isso significa perceber um afeto desordenado a práticas antigas que já não mais favorecem a transmissão da fé. Perceber e desejar, junto com o restante da humanidade, seguir a diante, isto é, para o vernáculo.

Mesmo assim, outros diversos fiéis, não formados no latim - e que possuem dificuldades linguísticas até mesmo com seu idioma natal, o também velho Português - e nem formação no espírito das formas litúrgicas precedentes ao Vaticano II, adotam, por hobbies, a Missa no rito semi-antigo (Antigo mesmo é o de Paulo VI que retoma a Igreja Antiga/Primitiva). 

Para os que não conseguem dar esse passo de liberdade, desapego e certa indiferença, talvez o melhor seja aprender bem o latim para compreender com clareza o que se diz na liturgia arcaica. A missa não é teatro, não é mesmo? Então, só decorar “falas” do “latinorum” sem entender o que se diz, se responde, se aclama... me parece, como vou dizer isso... me parece uma atuação de figurante: É estar e não estar. Portanto, estude latim! Verdade seja dita: Missa em latim é mais difícil de entender.



[1] "5. Diversos fiéis, tendo sido formados no espírito das formas litúrgicas precedentes ao Concílio Vaticano II, expressaram o ardente desejo de conservar a antiga tradição. Por isso o Papa João Paulo II, por meio de um Indulto especial, emanado pela Congregação para o Culto Divino, Quattuor abhinc annos, em 1984, concedeu a faculdade de retomar, sob certas condições, o uso do Missal Romano promulgado pelo beato Papa João XXIII. Além disso, o Papa João Paulo II, com o Motu Próprio Ecclesia Dei de 1988, exortou os bispos a que fossem generosos ao conceder a dita faculdade a favor de todos os fiéis que o pedissem. Na mesma linha se põe o Papa Bento XVI com o Motu Próprio Summorum Pontificum, no qual são indicados alguns critérios essenciais para o Usus Antiquior do Rito Romano, que oportunamente aqui se recordam" (http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_commissions/ecclsdei/documents/rc_com_ecclsdei_doc_20110430_istr-universae-ecclesiae_po.html)

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