Três “grupos” pastorais desafiadores: pais e padrinhos (batismo),
noivos (matrimônio) e famílias enlutadas (velório e 7º dia). Eles só aparecem
na Igreja nessas ocasiões raras e especiais aí. Na maioria das vezes, buscam a
Igreja por motivos outros que não o interesse em seguir Jesus de perto. O que
fazemos com eles? Apontamos o dedo, jogando na cara que só nos procuram quando “precisam”
e que tão logo consigam o que querem vão se embora de novo? Talvez até atendamo-los,
mas com pouco gosto e zelo apostólico porque, afinal de contas, para que dar
acolhida a alguém que “não é de Igreja” mesmo!?
CUIDADO! “Ser de Igreja” não nos faz melhores nem mais
santos do que os que não são. Quem pensa assim, pensa na lógica da falsa arrogância
“cristã”.
O Evangelho nos conta que Jesus disse aos discípulos “IDE
por todo o mundo, anunciai...” (cf. Mc 16,15). Ele diz IDE, manda IR, SAIR... e
não é que até hoje tem gente que VÊM, que CHEGA até nós, nossas secretarias e
pastorais sem a gente precisar IR? É verdade que vêm pouco e vêm por motivos
estranhos talvez, mas VÊM! E elas chegam, como filho pródigo (cf. Lc 15), e o
que encontram? Espero que encontrem sempre MISERICÓRDIA. Mesmo que a gente
saiba que talvez não voltem. O AMOR-misericórdia é gratuito... é confiante que
Deus agirá! É um amor que joga semente em terrenos ainda não prontos para
produzir frutos para a vinha do Senhor, mas semeia!
No mínimo, esses que nos buscam nesses momentos singulares
da vida, se acolhidos com respeito, passarão – no mínimo- a nos respeitar
enquanto Igreja e enquanto comunidade que testemunha a fé que diz que tem e
vive. Do contrário, o abismo entre nós e eles, só tende a aumentar. Aliás, será
que diante de Deus existe nós-e-eles ou é tudo junto e misturado?
Que a nossa lógica pastoral seja a lógica atitudinal de
Jesus. Que o Espírito de Deus nos inspire a amar como Jesus amou.