segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral


Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça” (2 Tm 3,16)



Nesse pequeno trecho Paulo nos responde qual é a utilidade da Bíblia, para que ela serve. Paulo não diz que ela deve ser usada só na Catequese, grupos de oração e seus textos lidos durante a Missa. Os discípulos missionários de Jesus Cristo conhecem o seu Mestre, conversam com Ele, e seguindo-O, fazem a Sua vontade em suas vidas, colaborando com a missão. João diz que Jesus é a Palavra de Deus encarnada (cf. Jo 1,14), é por meio não só do contato com a Palavra de Deus, mas, sobretudo com a familiariedade com ela que nos tornamos verdadeiros discípulos missionários.
Diz um canto conhecido que “a Bíblia é a Palavra de Deus, semeado no meio do povo...”. É isso que Paulo quer dizer, a Bíblia nasceu do povo e é para o povo útil para ensinar, argumentar, corrigir o que está errado e educar segundo a justiça de Deus. A Bíblia é útil para todos, para mim e para você.
Nos últimos tempos, quando falamos da presença da Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, falamos de Animação Bíblica da Pastoral (ABP). Trata-se de uma nova linguagem e uma nova compreensão. Somos interpelados a tomar consciência que a leitura e a meditação da Bíblia não devem ser reduzidas a uma “Pastoral Bíblica” como se a Palavra de Deus fosse apenas uma pastoral, ao contrário, a Bíblia sendo luz para o nosso caminho (cf. Sl 118, 105), precisa permear toda a ação evangelizadora da Igreja, em outras palavras, a Bíblia precisa ser alma de nossas pastorais, movimentos, grupos, serviços e organizações.
A Bíblia precisa ser popularizada entre o nosso povo, mas não basta tê-la e ler de qualquer maneira, dentre as várias maneiras de se aproximar da Sagrada Escritura, a Igreja reconhece o método da Leitura Orante ou Lectio Divina como uma maneira que favorece a formação de discípulos missionários de Jesus Cristo. Precisamos aos poucos inserir momentos de contato com a Palavra, especialmente entre os agentes de pastorais e movimentos. São Jerônimo dizia que ignorar as Escrituras é ignorar o próprio Cristo. Perceber que não é possível ser cristão e desconhecer as Escrituras é o primeiro passo.