domingo, 24 de novembro de 2013

Os Portadores de Cristo


Hoje me encontrei com Cristo, Rei, Senhor em sua Glória, o Poderoso do Universo. Sua presença era nobre e viva. Ele não estava velado, eu via-O claramente. Ele é um só,  mas estava em muitos. Estava sentado, Eternamente sentado, na verdade, como em seu trono glorioso. Tronos ladeados por duas rodas que eram movidas pela necessária ajuda de mãos humanas. Encontrei-O nos portadores, nos portadores de Cristo. Fico imaginando que glória é essa que a gente celebra... só pode ser essa, a Glória de ser com os seus. Hoje alguém sussurrou no ouvidos dos portadores que, mesmo quando não parece que é assim, mesmo quando a família, os amigos e parentes os abandonam, Deus não os abandona, está sempre a visitá-los, está com eles. E sabe por que? Porque eles são os portadores de Cristo!
Uma capela, um portador sentado no seu trono de duas rodas, eu e uma presença divina... ninguém mais. Pergunto como ele está, interrompendo o seu diálogo com o Rei Maior; Ele me responde que está bem; que é evangélico, mas que encontra no Templo Católico forças para mover as rodas que fazem sua cadeira caminhar... não tem problema, eu também sou ecumênico. Mas ele diz que tem um segredo a me contar. Se emociona; não sabe ler, mas viu um filme da vida de Jesus e desde então, sonha com Ele. Me pergunta se é coisa de Deus. Ora, mas é claro que é! Tem coisa mais de Deus do que um portador que sonha com Ele e toca a roda da vida? Então ele me conta mais um segredo. Abre a blusa, saca do bolso da camisa um chaveiro, em formato de chinelo... parece guardá-lo nessa caminhada da vida.. é algo importante. Mas ele me revela um detalhe. Na verdade, não era um detalhe, era o essencial. O chinelo tem uma estampa, uma imagem da Mãe Negra, Nossa Senhora Aparecida. "Dessa eu não abro mão!", me diz. Um Sorriso e dou um beijo devotado em seu chaveiro antes que ele o guarde novamente. Eu saio de Fé renovada.

Hoje, solenidade de Cristo Rei do Universo e conclusão do Annus Fidei, encerrei o meu trabalho pastoral no Hospital Geriátrico e de convalescentes Dom Pedro II - Jaçanã, SP.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Parábola do pobre Lázaro e o filme Elysium

No filme Elysium o garoto Max e não só ele, mas toda a população que vive no planeta terra olhava para cima, na direção do céu e lá viam Elysium, a morada dos ricos que, diante da degradação do planeta terra, construíram para si uma "fortaleza" na órbita do planeta. Contudo, a maior parte da população que era a que estava na terra, vivia ainda em extrema pobreza. Os ricos estavam para além do céu do planeta, em esplêndido conforto e em uma vida despreocupada... os pobres, com os seus tormentos, viviam na terra, no chão duro da realidade da vida.

Para ler a Sinopse do filme CLIQUE AQUI

Na parábola do rico e do pobre Lázaro (Lucas 16, 19-31), os dois vivem de maneiras completamente diferentes. O rico vive esbanjando em festas e roupas finas (cf. Lc 16, 19) e não percebe o pobre que vive a margem do seu luxo (cf. Lc 16, 20). Ambos morrem. O pobre é levado para o céu, onde goza agora de conforto e felicidade (cf. Lc 16, 22.) O rico é enterrado e na região dos mortos passa por grandes tormentos (cf. Lc 16, 23). 
Max, em Elysium, cresce e, como Lázaro da parábola evangélica, vive a margem da sociedade - junto com a maior parte das pessoas - é pobre e vive nessa condição causada por um sistema social, político e econômico marcado por uma profunda desigualdade social em que os que são ricos e privilegiados fazem de tudo para manter-se nessa condição.
Embora as duas narrativas tenham como foco a relação antagônica e conflituoso entre o pobre e o rico e prezem, de alguma maneira, pela crítica social, o movimento "céu- terra" é distintos entre as duas.

1. "Buscai as coisas do alto" (Cl 3,1)

O homem sempre busca viver bem. Max ainda garoto, fascinado pela "morada dos deuses - Elysium" promete a personagem Frey que um dia quer levá-los lá... para as alturas. É um desejo incutido não só em seu coração e no de Frey, todos querem estar lá, querem uma passagem para o lugar que é sinômimo de uma vida de felicidade, para uma vida digna. A ideia do que é Elysium se aproxima muito da ideia "céu" ou paraíso cristã difundida por muitas pessoas no imaginário popular. Porém, ao invés de ser um lugar que acolhe os pobres que outrora sofreram, como Lázaro, é um lugar povoado por poucos ricos, gente poderosa e importante... que grande contradição!
O rico da narrativa do Evangelho foi enterrado, ou seja, permaneceu na terra, terra onde os pobres que não tinham cidadania para morar em Elysium permaneciam pelo resto de suas vidas. Na região dos mortos, ele eleva o seu olhar para o céu, para onde está o pobre Lázaro (cf. Lc 16, 23), certamente quer estar lá em cima. Max também eleva os olhos para o céu, desejando Elysium. O desejo de buscar as coisas do alto é um desejo inato no homem... Como que uma vontade de transcendência. 
Ora, o que pode significar esse desejo de céu, esse elevar o olhar para lá?

2. A prática da justiça

É verdade que Lázaro poderia ser pobre, com uma vida de sofrimentos e ao mesmo tempo ser um homem injusto e infiel a Deus. Nesse caso, como nos atesta a lógica do Evangelho (cf. Mt 25), ele não seria recompensado com o céu. Porém, não foi assim. Embora o texto bíblico não nos fale nada sobre a maneira como Lázaro viveu, ele nos diz que na terra, ele só  recebeu males (cf. Lc 16, 25). Contudo, para o cristianismo, não é possível conceber que estando no céu, Lázaro pudesse ter vivido de outra maneira que não de maneira justa e fiel.
Max, por sua vez, têm desde muito novo um vasto histórico de infrações e crimes cometidos contra o regime vigente. É bom lembrar que os crimes e infrações de Max estão relacionados a roubos e a quebra de normas em relação à sua relação com o estado, ou seja, em geral, não são crimes cometidos contra os outros que vivem na mesma condição que ele, mas, na verdade, revelam o seu descontentamento com o sistema em voga.
Em princípio, Max não se distancia muito da figura do rico do Evangelho que não enxergava o pobre marginalizado à sua volta (cf. Lc 16, 20), ou melhor, enxergava mas agia com indiferença. Ora, embora Max também fosse pobre, sua condição existencial, por si só, não justificava uma atitude apática e indiferente diante do sofrimento alheio. Nesse sentido, quando ele resolve fazer algo de concreto para mudar o sistema causador da desigualdade social, não faz isso se não para salvar a sua própria vida. No fundo, trata-se ainda, como no caso do rico da Bíblia, de uma atitude egoísta, de quem só pensa em si mesmo.
Será somente no decorrer da narrativa cinematográfica que Max se mostrará mais altruísta e acabará, por fim, com um gesto redentor que poderá mudar o rumo da história humana. O rico que desprezou Lázaro na terra, depois de receber a sua recompensar por não praticar a justiça, fomentando a desigualdade social, só na região dos mortos dar-se-á conta do que fez e, então, pedirá  pelo outros, seus irmãos, só assim, deixará de pensar em si mesmo (cf. Lc 16, 27). Mas para ele já é tarde, para Max ainda estava em tempo, mas para esse rico, o tempo já tinha se esgotado...
De fato, o tempo corre, a desigualdade aumenta e seja para quem for, essa realidade impõe-se de tal maneira que é impossível ficar indiferente a ela. Uma atitude é esperada. Resta saber como é que re-AGIR-emos diante da nossa realidade. Afinal, todos queremos um céu na terra!

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Número 29 da Lumen Fidei e a Iniciação à Vida Cristã

"A fé é conhecimento ligado ao transcorrer do tempo que a palavra necessita para ser explicitada: é conhecimento que só se aprende em um percurso de seguimento." Lumen Fidei, 29.
Esse trecho da carta apostólica nos lembra justamente o itinerário de Iniciação à Vida Cristã que precisa acontecer, a exemplo da pedagogia divina, progressivamente, respeitando as realidades e as condições do "terreno" para a acolhida da semente da Palavra de Deus. 
Nesse parágrafo o papa nos diz que a fé é um conhecimento e que este está ligado ao transcorrer do tempo. Com isso, o papa quer ao mesmo tempo afirmar que a transmissão, adesão e o aprofundamento da fé ocorrem na realidade concreta do cotidiano da vida, ou seja, no tempo. De fato, não trata-se de qualquer tempo, falamos do tempo presente em que a Palavra é ouvida, explicitada e, portanto, configurada ao ouvinte crente. Poderíamos dizer que trata-se do tempo necessário para que a semente da Palavra de Deus crie raízes e possa brotar. Essa fé vivida e aprofundada é um sinal dos frutos dessa fé que, uma vez fincada no "terreno" fértil do coração do homem, é capaz de transbordar-se aos demais, oferecendo seus frutos que levam consigo novas sementes e propagam um verdadeiro campo da fé.
Além disso, o texto nos diz que essa fé torna-se real e conhecimento para o crente, na medida em que é aprendida em um percurso de seguimento. Novamente, lembramos de um caminho a ser percorrido, um itinerário de discipulado e seguimento.
Hoje, a Igreja no Brasil quer que "re-proponhamos" o caminho ordinário de iniciação à Vida Cristã, permitindo que outros caminhos sejam também levados em conta. É sabido por todos nós que as estruturas atuais da maior parte das paróquias não atende de modo adequado o objetivo de fazer discípulo missionários de Jesus Cristo, torná-los cristãos e que temos uma dificuldade maior ainda em atingir àqueles que são indiferentes ou hostis a Igreja.
Olhando para sua tradição milenar, a Igreja vê na história, em uma época de missão, num mundo de cultura pagã e de poucos cristãos - os primeiros séculos do cristianismo  - um tesouro a ser resgatado que, adaptado as condições atuais, ajuda a responder de forma eficaz ao desafio da Nova Evangelização. Esse tesouro chama-se catecumenato.
Nessa perspectiva, a Igreja nos convida a adotar o itinerário da Iniciação à Vida Cristã de uma catequese com estilo catecumenal. Essa nova maneira de fazer catequese exige um novo modelo de comunidade paroquial que só aos poucos e com muito esforço conseguiremos mudar.
O estudo 97 da CNBB (Iniciação à Vida Cristã) e o RICA (RItual da Iniciação Cristã de Adultos) contém as orientações necessárias para começar a implantação da iniciação cristã de inspiração catecumenal nas paróquias. As últimas diretrizes para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil da CNBB já indicam esse caminho.
A Iniciação à Vida Cristã propõe uma ação evangelizadora dividida em 4 tempos. No primeiro tempo (chamado de pré-evangelização), ocorre o primeiro anúncio ou anúncio querigmático da pessoa de Jesus Cristo, sua paixão, morte e ressurreição, ou seja, o ponto essencial e primordial da fé. Esse anúncio ocorre de forma pessoal, por introdutores que procuram em um clima de amizade e acolhida do iniciando, anunciar-lhes a vida de Jesus, sobretudo por meio de seus Evangelhos. Num segundo momento, em um tempo maior que o primeiro, ocorre o tempo de catequese propriamente dito, tempo em que de forma sistemática, a fé é aprofundada e vivida pelos iniciandos. Feito isso, segue-se o tempo da iluminação em que os iniciandos vivem um período de preparação mais intensa para a celebração dos sacramentos por meio de uma experiência de espiritualidade e oração fortes. Celebrados os sacramentos, segue-se o tempo da mistagogia, em que o significado da celebração dos sacramentos é aprofundada. Nesse último tempo, há um acentuado caráter missionário.
Esse processo é maior que a catequese em si e envolve toda a comunidade. Trata-se de um caminho de adesão à fé e que hoje, mais do que nunca, precisa ser por nós abraçado.

domingo, 25 de agosto de 2013

Crônica de um Congresso de catequistas no Rio Grande do Sul

1. Sobre a viagem
Frio e muita chuva. Contam-me que faz dias que chove sem parar e que muitos lugares em diversas cidades estão inundados. No táxi, já na rodovia, vejo regiões inteiras alagadas que lembram uma represa, mas o motorista me diz que na verdade são de ruas e vias de acesso e que o evento se repete todo ano.
De Porto Alegre fui para a pequena e bela Bom Princípio. O meu aplicativo de mapas da Google não contém o mapeamento das ruas da cidade, é a primeira vez que isso acontece. A maior parte da população local fala alemão fluentemente, o padre que me conta isso, tem em seu cachecol as cores da bandeira alemã.
Antes de ir para o seminário menor onde iria ser hospedado, fui a um colégio marista que fica ao lado do seminário. Lá, fui acolhido calorosamente por um grupo de jovens e adultos que trabalhavam em mais uma edição do seu tradicional CLJ (Curso de Liderança Católica). Seus correspondentes em São Paulo são o FSJC  e o TLC, dentre outros.  No evento estava acontecendo uma "Missa catequética", onde o padre explica parte por parte da missa antes que cada parte do rito aconteça. Uma das organizadoras explicou como ocorre esse encontro de jovens, no seu relato ela disse que naquele dia, mais cedo,  os jovens  escreveram uma carta para seus pais ou responsáveis depois de participarem de uma palestra sobre família e que nesta, eles deveriam escrever tudo o que sempre desejaram dizer a eles. Tais cartas tinha ido para a rodoviária e chegando ao seu destino, os pais, já avisados, deviam ir a rodoviária mais perto de suas casas e buscar a carta de seus filhos. No encerramento eles participariam de uma missa com eles. Naquele dia, o cardápio do jantar incluía churrasco.
Mais tarde, por volta das 21:20, fui "encontrado" pelos seminaristas do propedêutico da diocese de Montenegro. Uma vez no seminário, eu, eles e seus reitores jantamos - pizza. Tivemos uma conversa muito proveitosa, trocando experiências e partilhando as realidades da Arquidiocese de São Paulo e da Diocese de Montenegro. Os reitores se mostraram despojados e muito próximos de seus formandos. Um dos seminaristas revela que o bispo também é assim.
2. Sobre o congresso
No dia seguinte começou o Congresso Catequético Vocacional. O encontro que reuniu catequistas de toda a diocese levava esse nome porque nele seria inaugurado o Ano Vocacional diocesano. No café da manhã - comi cuca pela primeira vez - procurei conversar com o maior número de catequistas possível. A maior parte, como em São Paulo e no Brasil todo, é mulher, mas mesmo assim, achei muito expressivo o número de catequistas homens. A faixa etária também era muito diversa, embora os adultos fossem predominantes. Ouvi relatos de pessoas que são catequistas a mais de 15 anos bem como de outros que começaram a pouco tempo.   
É facilmente notável que a diocese está passando por uma fase de reestruturação da catequese e que esta está agradando a catequistas e catequizandos. A diocese caminha rumo a uma catequese de inspiração catecumenal.
Para a catequese de 1ª Eucaristia, como eles preferem chamar, era usado, pelo menos na fala de alguns, o próprio Catecismo da Igreja Católica. Ficava a encargo do próprio catequista adaptar o conteúdo e a linguagem para a realidade do catequizando. Essa catequese já tinha e vai continuar a ter duração de 2  anos. Já a catequese de Crisma que tinha duração de 1 ano, passará a 2. Não havia um material específico. Na catequese de adultos, os catequistas muitas vezes são os padres, seminaristas do seminário maior ou outros leigos com formação teológica. A celebração dos sacramentos com os adultos normalmente ocorre junto com as crianças e jovens e não necessariamente no tempo Pascal.
Em geral, as turmas são formadas por poucos catequizandos. 4, 6, há lugares em que só é permitido ter turmas de até 12 catequizandos. Se houver mais, então outro catequista assume o restante. Parece que a maior parte deles atua sozinho e que os poucos que atuam em duplas, têm turmas um pouco maiores.
A diocese está adotando o material do padre Leomar Brustolin, palestrante do congresso, que propõe uma catequese de estilo catecumenal a partir da leitura orante da Bíblia. O 1° plano de pastoral da diocese será sobre a Iniciação Cristã, tema do nosso congresso.
3. Sobre a fala do Padre Leomar
Padre Leomar iniciou sua fala enfaticamente dizendo que, de fato, pretendemos implantar o processo de Iniciação à Vida Cristã, mas que, uma vez que ninguém dá o que não tem, é preciso primeiro viver e falar da própria experiência de iniciação à vida cristã para depois poder passar a tratar da iniciação das crianças, jovens e adultos. Em outras palavras, precisamos primeiro ser iniciados  - nós, catequistas - para depois iniciarmos aos outros.
Nesse sentido, é preciso primeiro identificar a situação atual o "onde estamos" e depois, propor o "onde queremos estar" da iniciação cristã. Constata-se que ao mesmo tempo em que é "difícil" evangelizar, em razão dos desafios pastorais e da cultura vigente, que nunca tornou-se também tão fácil evangelizar devido a "sede", a falta de sentido em que as pessoas estão imersas.
Outro aspecto por ele levantado é justamente uma crescente maneira de lidar com a fé na esfera do individualismo, criando uma espécie de fé privatizada. Insiste que a fé na catequese tem que ser vivida de forma comunitária. Aconselha, inclusive, que nos encontros de catequese, a forma de rezar seja comunitária também, ou seja, não rezar por individualidades do tipo "minha família", "meu problema", etc, antes rezar por "nossas famílias" e " nossos problemas". Não é cristão rezar apenas pelas próprias necessidades. A preocupação maior do cristão é sempre com o outro.
Ovacionado, pe. Leomar afirmou que  o novo modelo de catequese vai mudar o estilo de ser da paróquia. Uma catequese nova exige uma comunidade nova (Cf. Mt 9,17).
É preciso criar "Comunidades catecumenais" - termo que não conhecia - que são comunidades onde a catequese fortalece todas as lideranças da comunidade. A catequese torna-se a "menina dos olhos" da comunidade, mantendo uma constante relação com as outras pastorais, de modo a oferecer "serviços catecumenais" - outra expressão nova.
Uma metáfora: Nossos batizados, ou que receberam outros sacramentos, mas não foram evangelizados são como que se possuíssem uma poção de sementes que nunca irão plantar.
Agora faz 30°C em São Paulo e estou feliz por saber que vou ver o Sol brilhar. Trago comigo a esperança luminosa de uma catequese cada vez mais iniciática...
Mãos a obra!
25 de Agosto, dia do Catequista.
Em algum lugar, depois de deixar Porto Alegre, RS.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mensagem por ocasião do Dia do Catequista

(Lc 13, 22-30)

Queridos irmãos e irmãs catequistas!

Parabéns! Hoje toda a Igreja tem a alegria de celebrar o dom da sua vocação!

É uma alegria termos Catequistas de Batismo, Catequistas de Catequese Eucarística, de Catequese Crismal, Catequistas do Matrimônio e de tantos outros momentos de educação da fé que a Igreja propõe como evangelização de todas as idades.

O Evangelho nos apresenta Jesus que "...atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém" (Lc 13, 22).

Essas duas atitudes de Jesus, ensinar e prosseguir o caminho são atitudes que inspiram a vida e a ação pastoral de todo catequista!

1. Ensinar.
O discípulo missionário de Jesus Cristo é aquele que também nos tempos de Nova Evangelização transmite a fé da Igreja. Ele ensina por palavras, gestos e testemunho porque é imbuído da Palavra de Deus e porque cultiva uma espiritualidade de íntima comunhão com Cristo. Ensinar é Catequizar. É dar respostas aos anseios, a busca de sentido - busca de salvação (cf. Lc 13, 25). Isso é feito por meio de um caminho.

2. Prosseguir o caminho.
Esse caminho que o Evangelho nos fala, que leva a Jerusalém, a Cidade Santa, palco do Mistério Pascal de Cristo, sua paixão, morte e ressurreição é o ponto alto da fé, do qual fazemos memória quando celebramos os sacramentos. O processo de Iniciação à Vida Cristã é o caminho pelo qual o Catequista conduz os iniciandos ao Mistério da Fé, à celebração sacramental.
Meus irmãos e irmãs, esse caminho é muito bonito! Por essa razão, não podemos fazê-lo de qualquer jeito, negligenciando o seu ponto mais importante, a iniciação aos sacramentos. De fato, não adiantaria estar à mesa, comer e beber (cf. Lc. 13, 26), mas não tornar-se verdadeiro discípulo missionário de Cristo,  praticar a injustiça (cf. Lc. 13, 27).
A Catequese nos leva à vivência dos valores do Reino, onde todos, não importa quem sejam, são convidados também a tomar lugar à mesa no Reino de Deus (cf. Lc 13, 29).

Que o Catequista Maior, Cristo Jesus, anime a todos nessa caminhada!


Catequistas da Paróquia São 
Mateus

sexta-feira, 21 de junho de 2013

PROPOSTA CELEBRATIVA PARA O DIA DO CATEQUISTA

No próximo dia 25 de agosto será celebrado o Dia do(a) Catequista, em comemoração a esta data a Comissão Episcopal Pastoral para Animação Bíblico-Catequética da CNBB preparou uma proposta celebrativa. Confira o material na íntegra.

30 anos de Catequese Renovada

Celebração para o dia do/a Catequista

“ A Catequese é um processo de educação comunitária, permanente, progressiva, ordenada, orgância e sistemática da fé. Sua finalidade é a maturidade da Fé”. (CR, n. 31)

APRESENTAÇÃO

Caríssimos/as Catequistas!

Estamos crescendo de forma admirável na proposta de uma catequese de inspiração catecumenal à serviço da Iniciação à vida Cristã. Os sinais são visíveis em toda parte.  E nesse processo percebemos a importância fundamental da liturgia como celebração da fé suscitada pela catequese.

O despertar primeiro dessa nova consciência é fruto da CATEQUESE RENOVADA (Doc. Nº 26 da CNBB) que completa seus 30 anos de existência neste ano de 2013. Muito mais que um documento se trata de um grande espírito de renovação, não só na catequese, como de toda a ação evangelizadora da Igreja. CR Propôs novas metodologias, novo dinamismo e um renovado ardor missionário. Abriu caminho para o processo de Iniciação à vida cristã com inspiração catecumenal e para a animação Bíblica da vida e da pastoral.

O Dia do Catequista, que celebra a vida e a vocação de todos e todas que se deixaram embeber por esse espírito de renovação é também a melhor ocasião para fazer memória e cantar ação de graças pelas maravilhas que o Espírito realizou entre nós através da CR. E queremos fazê-lo em meio ao clima do Ano da Fé que veio reforçar  ainda mais a importância decisiva do ministério da catequese hoje.

Contamos desta vez com a preciosa ajuda de Maria Erivan e sua equipe do NE 1 (Ceará) para a elaboração do roteiro desta celebração. Queremos agradecer de coração este belo serviço à todas as comunidades do Brasil!

BOA CELEBRAÇÃO!

PROPOSTA CELEBRATIVA PARA O DIA DO CATEQUISTA

– CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA ( onde houver padre) -

- Espaço Celebrativo:( Flores, Bíblia, Vela, Documento n. 26 da CNBB e outros símbolos da Região que falam de renovação na catequese)
- Comentarista: Queridos/as Catequistas!

Hoje, domingo, Dia do Senhor, a Igreja no Brasil celebra o Dia do Catequista e dos outros ministérios e serviços da comunidade.  Reunidos como discípulos e discípulas, desejamos louvar e bendizer a Deus em primeiro lugar pela vocação de cada um/a. Pois “Jesus chamou os que desejava escolher”. (Mc 3, 13 ).  Agradecer por todos aqueles que ouviram o chamado do Mestre e disseram SIM, Senhor, “eis-me aqui, envia-me”. (Is 6, 8).Com alegria também queremos trazer presente no altar do Senhor o ANO DA Fé que estamos vivenciando e de maneira muito especial os 30 ANOS DO DOCUMENTO CATEQUESE RENOVADA ( Nº 26 da CNBB). Revendo o caminho, é possível perceber quantas conquistas foram alcançadas como frutos desse documento, grande presente do Espírito para nós. Quantos encontros, semanas catequéticas, seminários e simpósios foram realizados. Quantos subsídios e manuais surgiram desde então. Por tudo isso, queremos hoje dar graças a Deus.

RITOS INICIAIS

- Procissão de Entrada: O Presidente acompanhado por todos os catequistas da comunidade e equipe celebrativa.
- Comentarista: Acolhendo a procissão de entrada, cantemos juntos:
Senhor se tu me chamas eu quero te ouvir, se queres que eu te siga respondo, eis-me aqui.

1. Profetas te ouviram e seguiram tua voz, andaram mundo afora e pregaram sem temor. / Seus passos tu firmastes sustentando seu vigor. Profeta tu me chamas: vê Senhor, aqui estou.

2. Os séculos passaram, não passou, porém tua voz que chama ainda hoje, que convida a te seguir. / Há homens e mulheres que te amam mais que a si, e dizem com firmeza: vê Senhor, estou aqui.
Ou: Por amor e vocação (CD Avancem para águas mais profundas)
- Saudação Inicial – (por conta do presidente da celebração).
- Ato Penitencial:
-Comentarista: queremos trazer presente nesta celebração nossa revisão pelo que deixamos de fazer, pela nossa falta de coragem em lançar as redes e “avançar para águas mais profundas”. (Lc 5,4). Também neste Ano da Fé reconhecer nossa falta de fé nos momentos mais críticos de nossa e vida e do ministério da catequese. 
- Catequista: Senhor, nestes trinta anos de caminhada da Catequese Renovada, que orienta para uma formação sistemática dos catequistas, queremos te pedir perdão, pelas vezes que não valorizamos os encontros de formação, que não aprofundamos tua Palavra e não fomos presença na celebração e na vida da comunidade.
Senhor, piedade, ó Cristo piedade. Piedade de nós compaixão, Senhor. (bis).
- Catequista: Cristo, a catequese renovada nos chama para uma experiência de Encontro Contigo, que ajude os catequisandos a conhecerem a Ti. Pelas vezes que não testemunhamos e não falamos de ti, te pedimos perdão.
- Catequista: Senhor, as situações históricas e aspirações do nosso povo são conteúdos de catequese. Pelas vezes que deixamos de acolher os mais necessitados, te pedimos perdão.
- Celebrante conclui...
- Hino de Louvor: a escolha da equipe
- Oração do Dia ............

LITURGIA DA PALAVRA

- Acolhida a Palavra
(Bíblia ou Lecionário, ladeado com duas velas e trazidos por catequistas).
- Comentarista: A Palavra de Deus é o Livro por excelência da Catequese. Pois é a catequese hoje, a grande responsável de colocar nas mãos de crianças, jovens e adultos a Palavra de Deus. Acolhamos a Palavra de Deus que é a luz que ilumina a nossa catequese e sustenta a nossa vocação.
- Canto:
A Palavra de Deus é luz que guia na escuridão. É semente de paz, de justiça e perdão. (bis).
Ou:
É como a chuva que lava é como fogo que arrasa. Tua Palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal.
- Primeira Leitura – Is 66,18-21
- Salmo: 116(117)
- Segunda Leitura – Hb 12,5-7.11-13
- Canto de Aclamação: a escolha...
- Evangelho – Lc 13 , 22-30
- Homilia: Pode ser feita em forma de Leitura Orante ( leitura – meditação- oração – contemplação/ação) a partir de um ou de todos os textos bíblicos proclamados. Importante: na hora da meditação (O que diz o texto para nós hoje?) fazer clara ligação com os elementos principais que CR nos ensinou: “catequese como processo de iniciação à vida de fé”; “interação fé e vida”; “Bíblia como livro por excelência da catequese”; “Catequese transformadora”; “opção preferencial pelos pobres”; “catequese inculturada”; “Catequese evangelizadora”; “catequese comunitária e integrada nas outras pastorais”, etc.
(Obs: Em lugares onde não há padre pode-se também escrever em folhas de papel os elementos acima para serem refletidos entre todos).
- Profissão de Fé: enquanto os/as catequistas acendem as velas no Círio Pascal, motivar o mantra:
Canto: Ó luz do Senhor que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós.
- Presidente:  (explica o sentido deste gesto)  para depois perguntar: Vocês creem em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra e assim o ensinam na catequese?
- Catequistas: Sim creio
- Presidente: Vocês creem em Jesus Cristo e o seguem com fidelidade, levando os catequisandos a fazer a experiência do Encontro com Ele?
- Catequistas: Sim creio e procuro seguir
- Presidente: Vocês creem no Espírito Santo que com o Pai e o Filho formam a melhor comunidade de amor e incentivam o espírito comunitário na catequese?
- Catequistas: Sim creio e incentivo.
- Presidente: Vocês creem que a Igreja-comunidade é caminho para a construção do Reino de Deus na história que leva ao Reino definitivo e ajudam a todos a vivenciar esta mesma fé?
- Catequistas: Sim creio e procuro testemunhar.
- Presidente: Esta é a fé da Igreja que no batismo recebestes. Renovai-a neste Ano da Fé e esforçai-vos para cultivá-la naqueles que vos foram confiados na catequese.
- Catequistas: Assim seja!

LITURGIA EUCARÍSTICA

- Apresentação das Oferendas
- Canto: Queremos oferecer (CD - avancem para águas mais profundas)
- Oração Eucarística – (segue normal até depois da comunhão.)

RITOS FINAIS

Envio dos catequistas: Antes da Benção Final o presidente convida os/as catequistas a se colocarem diante do altar e lhes apresenta uma Bíblia aberta no qual todos/as colocam sua mão direita.

- Comentarista: Foi a CATEQUESE RENOVADA que abriu o caminho para a Palavra de Deus, tornando a Bíblia o livro por excelência da catequese. O/a Catequista é, por isso, considerado ministro da Palavra e sua missão é dar a conhecê-la para que seja amada e vivida. É importante que esse compromisso se renove constantemente...
Presidente: Animados pelo Espírito Santo e enviados pela comunidade continuai o caminho de educação da fé que tem sua fonte na Palavra de Deus. E que esta Palavra também seja Luz e força para realizar o serviço da construção de seu Reino de Fraternidade!
Que o Senhor vos proteja e vos guarde,
Que faça iluminar sobre vós a sua face e vos dê a Paz!
(e dirigindo-se a todos): Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, o Pai, o Filho e o Espírito Santo...
Todos:  Amém.
Canto final: a escolha...

Por CNBB

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Catequistas: Semeadores da Palavra de Deus


Certa vez, Jesus, grande catequista,contou uma parábola: Mc 4,1-9.

  1.Outra vez, à beira-mar, Jesus começou a ensinar, e uma grande multidão se ajuntou ao seu redor. Por isso, entrou num barco e sentou-se, enquanto toda a multidão ficava em terra, à beira-mar.2.Ele se pôs a ensinar-lhes muitas coisas em parábolas. No seu ensinamento, dizia-lhes:3.“Escutai! O semeador saiu a semear.4.Ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e os passarinhos vieram e comeram.5.Outra parte caiu em terreno cheio de pedras, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda,6.mas quando o sol saiu, a semente se queimou e secou, porque não tinha raízes.7.Outra parte caiu no meio dos espinhos; estes cresceram e a sufocaram, e por isso não deu fruto.8.E outras sementes caíram em terra boa; brotaram, cresceram e deram frutos: trinta, sessenta e até cem por um.9.E acrescentou: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”

Uma criança, durante um encontro de catequese, perguntou ao seu catequista quando ouviu essa parábola: “Mas porque o semeador não jogou sementes só na terra boa? Por que jogou nos espinhos e no meio das pedras se não ia nascer?”. Na ocasião o Catequista teve certa dificuldade para responder, mas refletiu depois.
Certamente é mais fácil “plantar em terra boa” e colher da “terra boa”! Não se espera nada da terra que não seja “boa”! O semeador saiu a semear... ele semeia em todos os lugares, não faz acepções, é esperançoso, acredita que a semente que está jogando é tão boa que pode dar seus frutos. Afinal para que serve uma semente se não para ser lançada em terreno? Seria mesmo mais sensato da parte do semeador guardar consigo as sementes por que não encontrou vastos terrenos que estavam em excelentes condições? O que poderia fazer o semeador pelos terrenos ainda por ser terra boa? A semente é a Palavra de Deus. Na Catequese, o semeador é o catequista e os “terrenos”, nossos iniciandos.
De fato, o catequista anuncia a Palavra de Deus mesmo onde para ele é menos provável que ela seja acolhida ou vivida. Ele tem a mesma atitude de Pedro que em obediência ao que Jesus lhe disse, lança as redes ao mar, mesmo sem acreditar muito que poderiam pegar algum peixe (cf. Lc 5,5). A verdade de Cristo é universal, de modo que todos são seus destinatários. São Paulo tinha consciência dessa realidade e por isso foi até o Areópago, lugar de cultura diversa da qual fora criado e da que poderia entender do que ele falava, e a estes discursou e pouco se converteram (At 17, 16-34). Seu discurso, entretanto não foi em vão, pois, quem age e converte é Deus.
O Catequista percebe a ação de Deus no meio em que vive e Dele tira suas forças e esperança para seu trabalho de evangelização. Nossos iniciandos são terrenos bons ou por melhorar. Nós queremos ser seus semeadores. 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Os Frutos dos encontros espirituais para jovens

Neste ano em que a Igreja prepara-se para celebrar o maior evento da juventude católica no Brasil, a JMJ - Rio 2013, é uma boa hora para olharmos com fé para os encontros de jovens que realizamos em nossa paróquia. São muitos, alguns como o FSJC, adorações, tardes de louvor, grupos de oração, de jovens, vigílias, e outros encontros ligados as diversas espiritualidades, sobretudo das chamadas "novas comunidades". A organização desses encontros e eventos é normalmente feita pelas lideranças comunitárias que trabalham diretamente com a juventude, o que é muito natural. Os frutos desses trabalhos pastorais, entretanto, são "cobrados" ou ao menos percebidos por toda a comunidade local onde tais encontros ocorrem. É verdade que nem sempre esse assunto é tratado com franqueza. Muitas e muitas vezes o que se escuta por aí é "O encontro acabou...o que fica? Onde estão os jovens que participaram? Por que não participam nas atividades da Igreja? Onde estão os frutos?" Esta é uma questão complexa e envolve uma série de elementos que podem ajudar a explicar essa situação...
Não pretendo colocar aqui todos esses elementos, gostaria, na verdade, de dirigir-me àqueles que alguma vez fizeram, como eu, alguma dessas perguntas colocadas logo acima.
De fato, a CNBB, por meio do Documento que trata sobre a evangelização da juventude, nos diz que "nossa tradição eclesial comprova o valor perene de momentos especiais para os jovens e com os jovens, cuja finalidade é a formação e a espiritualidade." ( Doc. 85, § 127). Ora, os frutos que esperamos desses "momentos especiais" são, portanto, a formação e a espiritualidade dos jovens que deles participam e não necessariamente o engajamento pastoral. Certamente que jovens bem formados na fé e com uma espiritualidade concreta, engajar-se-ão nas atividades pastorais. Mas a pergunta que fica é "Será que o trabalho pastoral é a única maneira de 'colher frutos' desses encontros?" Ou ainda, "Não houveram frutos se não houve engajamento pastoral?".

Novamente, o Documento citado lança certa luz sobre essas questão: "Encontros, jornadas e manhãs de formação são capazes de congregar muitos jovens interessados em encontrar algo mais profundo, desafiador, envolvente. Palestras bem ministradas e o clima de amizade são capazes de mexer com a vida dos jovens dando-lhes rumo, segurança, serenidade. Os diversos tipos de retiros, vigílias, celebrações provocam nos jovens grandes questionamentos e desejo de mudança de vida, principalmente quando são confrontados com a pessoa e a proposta de Jesus Cristo." ( Doc. 85, § 127).

Veremos os frutos desses encontros e eventos na medida em que eles "mexem com a vida dos jovens, dando-lhes rumo..." e "desejo de mudança de vida quando estes encontram a pessoa e a proposta de Jesus Cristo." Esta nova visão nos ajuda a ver que tais frutos não podem simplesmente serem percebidos pela mera "participação na Igreja", mas por algo mais profundo. Assim, poderemos ajudar os grupos que realizam os encontros e outros eventos a atingirem essas finalidades.

Às lideranças jovens gostaria apenas de lembrar que "Estes momentos devem ser bem organizados e conduzidos, de maneira que as várias dimensões da vida sejam contempladas, e não se tornem demasiadamente emocionais ou reivindicativas." ( Doc. 85, § 127).

Concedei aos nossos jovens a realização de suas esperanças, – para que saibam responder ao vosso chamado com grandeza de alma. ( Vésperas 15 de Janeiro)