terça-feira, 6 de junho de 2017

Reflexões que educam para o sentido de receber a comunhão na mão


A Solenidade de Corpus Christi nos ensina o valor da Eucaristia. 
O roteiro a seguir, pode ser usado por grupos reunidos para reflexão, 
oração, adoração ao Santíssimo, e catequese. 
Pode ainda ser usado na procissão de Corpus Christi, caso haja paradas. 

As reflexões nos educam para o sentido de receber a comunhão na mão. 

Elas nos falam de VOCAÇÃO, PARTILHA e CUIDADO COM A CASA COMUM.   




1º Deixar-se tocar pelo Senhor
Leitor 1: O Evangelho narra que, caminhando em meio à multidão, Jesus pergunta: “Quem me tocou?” (Mc 5,30). Tinha sido uma mulher. Uma mulher de fé que, na verdade, antes de tocar o Senhor, já tinha se deixado tocar por Ele (cf. Mc 5,27). Ainda hoje Jesus repete a pergunta: “Quem me tocou?”. Quem de nós O toca? Quem de nós já se deixou tocar por Ele?
/:Toca Senhor/ toca Senhor,/ com Teu Amor,/ com Teu Amor/:
Leitor 2: Ser tocado e poder tocar o Senhor é experiência de encontro com Jesus. E esse encontro muda tudo. Transforma a nossa vida e desperta em nós o desejo de sermos pessoas melhores. É quando nos tornamos discípulos Dele. É dom e graça de Deus. É vocação.
/: Eis me aqui Senhor,/ eis me aqui Senhor/ pra fazer tua vontade, pra viver no seu amor/ pra fazer sua vontade, pra viver no seu amor/ eis me aqui Senhor!/:
Leitor 3: Jesus, no grande desejo de se deixar tocar e se fazer próximo de nós, fez-se alimento. Fez-se Eucaristia: pão e vinho, corpo e sangue. As mãos que traçam o Sinal da Cruz sobre o corpo são as mesmas mãos que tocam o Senhor na Eucaristia... Estendemos as nossas mãos para o padre ou o ministro da Eucaristia num gesto de quem busca tocar o Senhor. Então, com respeito e reverência, recebemos a hóstia santa em nossas mãos e dela comungamos: É o Senhor quem agora nos toca! É Ele o Santo Alimento para nossa vida e vocação cristã.    
/: Te amarei, Senhor!/ Te amarei, Senhor!/ Eu só encontro a paz e a alegria bem perto de ti!/:

2º “Tive fome e me deste de comer” (Mt 25,35)

Leitor 1: Eucaristia é banquete, é festa, é fartura! Numa boa festa não falta comida. Na Mesa do Senhor não há quem passe fome. Todos são convidados e têm seu lugar à mesa do altar. Como pode, então, haver entre nós irmãos e irmãs que ainda passam fome?

/: Igualdade, fraternidade, nesta mesa nos ensinais/ as lições que melhor educam, na Eucaristia é que nos dais!/:

Leitor 2: “Tive fome e me deste de comer” (Mt 25,35), diz Jesus no Evangelho. Nós, cristãos, que tomamos parte do banquete do sacrifício do Senhor somos chamados à solidariedade e à partilha fraterna. A Eucaristia é gesto de amor do Cristo que se doa a nós como alimento. O mesmo Cristo que nos ensinou o amor ao próximo. E proximidade é tocar, ensina o papa Francisco; e não somente tocar a Eucaristia com nossas mãos, mas tocar no próximo a carne de Cristo.

/:Eu vim para que todos tenham vida/ que todos tenham vida plenamente!/:

Leitor 3: As mãos que recebem a Eucaristia são as mesmas mãos que trabalham e estão à serviço da vida nova para todos. Quantas vezes nossas mãos levaram um alimento bendito para quem tinha fome? Quantas vezes fez um carinho, um afago e consolo para quem precisava? Que nossas mãos sejam benditos instrumentos de paz e solidariedade fraterna. Que a Eucaristia nos torne irmãos que sabem partilhar o que tem.    

/:Importa viver Senhor,/unidos no amor;/na participação,/vivendo em comunhão!:/

 


3º Eucaristia: dom da Mãe Terra
Leitor 1: Quando completou toda a obra da Criação, Deus viu que tudo que havia feito era muito bom (cf. Gn 1,31). A bonita diversidade dos biomas requer da nossa parte zelo e cuidado com a Casa Comum. Deus criou todas as plantas e todas as árvores frutíferas, inclusive os trigais e as videiras. Dons da Terra, trigo e uva são transformados, pelo trabalho das mãos de homens e mulheres, em pão e vinho. Sem os dons do trigo e da uva, frutos da Mãe Terra, não há Eucaristia.
/: Da Amazônia até os Pampas,/ do Cerrado e aos Manguezais,/ chegue a ti o nosso canto/ pela vida e pela paz/:
Leitor 2: Na Missa, durante o ofertório, o padre reza com o cálice nas mãos: “Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos de vossa bondade, fruto da videira e do trabalho do homem, que agora vos apresentamos e para nós se vai tornar vinho da salvação”. As mesmas mãos que fazem pão e vinho, são as mãos que tomam o pão eucarístico.
/: O Pão da vida, a comunhão,/ nos une a Cristo, e aos irmãos,/ e nos ensina a abrir as mãos,/ para partir, repartir o pão/:
Leitor 3: A Casa Comum é como um grande altar onde o Senhor opera sua força redentora. Como reza o salmista, “o Senhor alimenta o seu povo com a flor do trigo, e com o mel do rochedo o sacia” (Sl 80,17). Da natureza, a humanidade inteira tira o seu sustento para a vida. Da natureza, trigo e uva são transformados em pão e vinho de salvação: Eucaristia.  
/: Dá-nos, Senhor, esses dons, essa luz,/ e nós veremos que Pão é Jesus/:

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Pentecostes: Renovação da Confirmação

Pe. Gregório Lutz

Gostamos de tudo que é novo. A palavra  “novo” é como que uma força mágica. Tudo deve ser novo: O vestido e a camisa, a casa e o carro, até o sabor do café.  Nada se vende, se não é novo; pelo menos a embalagem deve ser nova. Também em outros campos da nossa vida, aquilo que é novo exerce uma atração fascinante: As novas descobertas, as novas conquistas no campo da ciência, da técnica, da medicina. Tudo deve renovar-se constantemente. A Igreja não é isenta desta euforia do novo: Renovação bíblica, renovação litúrgica, renovação carismática...
                  E esta tendência para tudo que é novo, não é recente, não é moderna. Lembremos só que Jesus selou com seu sangue um novo testamento, uma nova aliança; nós somos o novo Israel, o novo povo de Deus.
                  Na liturgia o desejo de renovação e a exortação para se renovar são fortes e frequentes. O sentido de toda ação litúrgica, de comemorar ou fazer memória, de atualizar ou tornar presente um fato histórico passado, não é no fundo também um renovar?
                  Mas, também num sentido explícito e formal a liturgia realiza e celebra renovação: Renovação das promessas batismais, especialmente na Vigília pascal: “Terminados os exercícios da Quaresma, renovemos as promessas do nosso batismo”. Na Missa do Crisma, o bispo se dirige aos presbíteros com estas palavras: “Filhos caríssimos,  ... quereis renovar  as promessas que um dia fizestes perante o vosso bispo e o povo de Deus?” Sempre mais  entendem-se também os jubileus do casamento ou da profissão religiosa como renovação de um compromisso uma vez assumido. Que tudo isso é legítimo e de maneira alguma novidade, nos mostra a 2ª carta de São Paulo a Timóteo (1,6): “Eu te exorto a reavivar o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos”.


                  Estas palavras, que evidentemente dizem respeito ao sacramento da ordem, poderiam ser literalmente  aplicadas também ao sacramento da Confirmação. Ora, que dia do ano seria mais indicado para tal renovação do sacramento da Confirmação do que a festa de Pentecostes? Sem dúvida, Pentecostes, a festa em que comemoramos a vinda do Espírito Santo sobre a Igreja nascente, se presta melhor do que qualquer outro dia para renovar também o dom do Espírito que nos foi dado no sacramento da Confirmação.
                   É claro que as formas desta renovação podem ser as mais diversas, desde um momento comemorativo dentro da missa festiva de Pentecostes ou numa hora do Ofício Divino, até uma celebração própria. Não existem limites para a criatividade dos que querem reavivar o grande Dom de Deus. O Lecionário da Missa nos abre profusamente o tesouro da Sagrada Escritura de textos sobre o Espírito Santo.
                  Como todas as renovações de um sacramento, também esta não se deve restringir à celebração litúrgica, mas devemos celebrar aquilo que estamos vivendo e a festa da renovação nos deve dar força para vivermos com novo fervor e mais intensidade a vida daquele Espírito que renova a face da terra.

     Perguntas para reflexão pessoal ou em grupo:
1.      Como vivi minha confirmação desde que fui crismado?   
2.      Como posso renovar minha “vida no Espírito”?

3.      Como e com que elementos rituais eu gostaria de celebrar a renovação do sacramento da Crisma que recebi?