terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Catequistas: Semeadores da Palavra de Deus


Certa vez, Jesus, grande catequista,contou uma parábola: Mc 4,1-9.

  1.Outra vez, à beira-mar, Jesus começou a ensinar, e uma grande multidão se ajuntou ao seu redor. Por isso, entrou num barco e sentou-se, enquanto toda a multidão ficava em terra, à beira-mar.2.Ele se pôs a ensinar-lhes muitas coisas em parábolas. No seu ensinamento, dizia-lhes:3.“Escutai! O semeador saiu a semear.4.Ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e os passarinhos vieram e comeram.5.Outra parte caiu em terreno cheio de pedras, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda,6.mas quando o sol saiu, a semente se queimou e secou, porque não tinha raízes.7.Outra parte caiu no meio dos espinhos; estes cresceram e a sufocaram, e por isso não deu fruto.8.E outras sementes caíram em terra boa; brotaram, cresceram e deram frutos: trinta, sessenta e até cem por um.9.E acrescentou: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”

Uma criança, durante um encontro de catequese, perguntou ao seu catequista quando ouviu essa parábola: “Mas porque o semeador não jogou sementes só na terra boa? Por que jogou nos espinhos e no meio das pedras se não ia nascer?”. Na ocasião o Catequista teve certa dificuldade para responder, mas refletiu depois.
Certamente é mais fácil “plantar em terra boa” e colher da “terra boa”! Não se espera nada da terra que não seja “boa”! O semeador saiu a semear... ele semeia em todos os lugares, não faz acepções, é esperançoso, acredita que a semente que está jogando é tão boa que pode dar seus frutos. Afinal para que serve uma semente se não para ser lançada em terreno? Seria mesmo mais sensato da parte do semeador guardar consigo as sementes por que não encontrou vastos terrenos que estavam em excelentes condições? O que poderia fazer o semeador pelos terrenos ainda por ser terra boa? A semente é a Palavra de Deus. Na Catequese, o semeador é o catequista e os “terrenos”, nossos iniciandos.
De fato, o catequista anuncia a Palavra de Deus mesmo onde para ele é menos provável que ela seja acolhida ou vivida. Ele tem a mesma atitude de Pedro que em obediência ao que Jesus lhe disse, lança as redes ao mar, mesmo sem acreditar muito que poderiam pegar algum peixe (cf. Lc 5,5). A verdade de Cristo é universal, de modo que todos são seus destinatários. São Paulo tinha consciência dessa realidade e por isso foi até o Areópago, lugar de cultura diversa da qual fora criado e da que poderia entender do que ele falava, e a estes discursou e pouco se converteram (At 17, 16-34). Seu discurso, entretanto não foi em vão, pois, quem age e converte é Deus.
O Catequista percebe a ação de Deus no meio em que vive e Dele tira suas forças e esperança para seu trabalho de evangelização. Nossos iniciandos são terrenos bons ou por melhorar. Nós queremos ser seus semeadores. 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Os Frutos dos encontros espirituais para jovens

Neste ano em que a Igreja prepara-se para celebrar o maior evento da juventude católica no Brasil, a JMJ - Rio 2013, é uma boa hora para olharmos com fé para os encontros de jovens que realizamos em nossa paróquia. São muitos, alguns como o FSJC, adorações, tardes de louvor, grupos de oração, de jovens, vigílias, e outros encontros ligados as diversas espiritualidades, sobretudo das chamadas "novas comunidades". A organização desses encontros e eventos é normalmente feita pelas lideranças comunitárias que trabalham diretamente com a juventude, o que é muito natural. Os frutos desses trabalhos pastorais, entretanto, são "cobrados" ou ao menos percebidos por toda a comunidade local onde tais encontros ocorrem. É verdade que nem sempre esse assunto é tratado com franqueza. Muitas e muitas vezes o que se escuta por aí é "O encontro acabou...o que fica? Onde estão os jovens que participaram? Por que não participam nas atividades da Igreja? Onde estão os frutos?" Esta é uma questão complexa e envolve uma série de elementos que podem ajudar a explicar essa situação...
Não pretendo colocar aqui todos esses elementos, gostaria, na verdade, de dirigir-me àqueles que alguma vez fizeram, como eu, alguma dessas perguntas colocadas logo acima.
De fato, a CNBB, por meio do Documento que trata sobre a evangelização da juventude, nos diz que "nossa tradição eclesial comprova o valor perene de momentos especiais para os jovens e com os jovens, cuja finalidade é a formação e a espiritualidade." ( Doc. 85, § 127). Ora, os frutos que esperamos desses "momentos especiais" são, portanto, a formação e a espiritualidade dos jovens que deles participam e não necessariamente o engajamento pastoral. Certamente que jovens bem formados na fé e com uma espiritualidade concreta, engajar-se-ão nas atividades pastorais. Mas a pergunta que fica é "Será que o trabalho pastoral é a única maneira de 'colher frutos' desses encontros?" Ou ainda, "Não houveram frutos se não houve engajamento pastoral?".

Novamente, o Documento citado lança certa luz sobre essas questão: "Encontros, jornadas e manhãs de formação são capazes de congregar muitos jovens interessados em encontrar algo mais profundo, desafiador, envolvente. Palestras bem ministradas e o clima de amizade são capazes de mexer com a vida dos jovens dando-lhes rumo, segurança, serenidade. Os diversos tipos de retiros, vigílias, celebrações provocam nos jovens grandes questionamentos e desejo de mudança de vida, principalmente quando são confrontados com a pessoa e a proposta de Jesus Cristo." ( Doc. 85, § 127).

Veremos os frutos desses encontros e eventos na medida em que eles "mexem com a vida dos jovens, dando-lhes rumo..." e "desejo de mudança de vida quando estes encontram a pessoa e a proposta de Jesus Cristo." Esta nova visão nos ajuda a ver que tais frutos não podem simplesmente serem percebidos pela mera "participação na Igreja", mas por algo mais profundo. Assim, poderemos ajudar os grupos que realizam os encontros e outros eventos a atingirem essas finalidades.

Às lideranças jovens gostaria apenas de lembrar que "Estes momentos devem ser bem organizados e conduzidos, de maneira que as várias dimensões da vida sejam contempladas, e não se tornem demasiadamente emocionais ou reivindicativas." ( Doc. 85, § 127).

Concedei aos nossos jovens a realização de suas esperanças, – para que saibam responder ao vosso chamado com grandeza de alma. ( Vésperas 15 de Janeiro)