quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Porque não sou contra Papai Noel

Há por aí um discurso religioso que em nome da promoção do verdadeiro sentido do Natal – o Nascimento de Jesus – tenta se livrar do velho gordo e vermelho. Muita gente cria uma aversão tão grande a lenda do bom velhinho que não permite que as crianças tenham contato com nada que lembre o homem. Uma grande bobagem!
Concordo que Papai Noel não é o mais importante do Natal, mas “demonizar” o simpático entregador de presentes…me soa fanatismo!
É mesmo necessário abrir mão de uma figura tão enraizada na cultura e no imaginário infantil para ensinar que o Natal é o aniversário do Menino Jesus? Existe um conflito ‘Papai Noel versus Menino Jesus’ ou nós é que criamos ele? As crianças que não conhecem a história do Papai Noel ou não dão a mínima para ela são mais cristãs do que as que curtem o bom velhinho?
É mais interessante e mais inteligente também livrar Papai Noel da exagerada profissão de garoto-propaganda e enfatizar o que parece que em essência ele realmente é: Um velhinho que generosamente entrega presente às crianças nas vésperas de Natal. Perdemos muito quando gastamos o nosso tempo tentando nos livrar de algo que, no fim das contas, poderia nos ajudar. Encare a verdade: Papai Noel é hoje um elemento da cultura natalina e você não pode se livrar dele! Mas, não acho que isso seja algo ruim, veja só:

·        Papai Noel é um entregador de presentes ‘mágico’, por isso, os presentes de Natal trazem um valor muito maior do que o dinheiro que valem. O valor do presente é algo secundário, o importante é o gesto de receber algo ‘especial’;
·        Presentear é doar, agradar e alegrar o presenteado. Os presentes são uma prova e um sinal de amor. Eles fortalecem vínculos de afeição, respeito, e confiança mútua; ensinam o valor da generosidade e do altruísmo;
·        A ‘presença’ do Papai Noel é um sinal da existência de épocas em que a bondade humana se afirma de forma gratuita, isto é, não pensa nas consequências disso;
·        A atividade do Papai Noel torna manifesto o valor da casa onde se recebem os presentes e onde se contam as histórias sobre ele. Valoriza o lar como lugar de encontro e de importância, afinal, é onde os presentes são entregues e onde os pais gastam o tempo contando aos filhos a história do bom velhinho, é convivência!
·        Todo mundo sabe que é preciso se comportar bem para que Papai Noel traga os presentes. Há um forte caráter moral e educativo nessa prática;
·        A expectativa pela vinda do Papai Noel gera encantamento e alegria e toda criança tem direito a encantar-se, alegrar-se e sonhar!
·        Receber os presentes do Papai Noel estimula a noção da possibilidade e da necessidade da graça e da benevolência imerecidas;
·        Ao transmitir aos filhos o conhecimento do Papai Noel, pais muitas vezes, passam para as gerações os sentimentos que eles mesmos experimentaram na vida. É saber compartilhar.

Ponha o homem de vermelho para ‘jogar’ no seu time. Tem gente que faz isso aproximando-o da figura de São Nicolau, de quem ele deve a sua origem; Tem gente que põe uma imagem dele no presépio, olhando para o Menino Jesus...seja como for, eu acredito que, em um mundo em que a família é cada vez mais desfacelada e agredida, é urgente resgatar a imagem do homem que ensina valores tão importantes, que ensina os pais a gastarem tempo com os filhos, presenteá-los, que ensina as crianças o valor de sonhar. Dito de outro modo, Papai Noel nos ensina a amar.  

domingo, 2 de novembro de 2014

Proposta de Momento de Oração com a 'Pastoral do Batismo'

É verdade que não sou muito fã da expressão “Pastoral do Batismo” porque na maior parte das vezes ela acaba por reforçar uma mentalidade de que a ação pastoral desses agentes tem pouca ou nenhuma ligação com a Catequese, ou melhor dizendo, com a Iniciação à Vida Cristã. Estamos acostumados a separar Pastoral do Batismo e Catequese em nossas comunidades, sendo que, na verdade, são atividades pastorais, todas conectadas e pertencentes ao processo de iniciação cristã.  Melhor seria se tivéssemos uma Equipe ou Comissão de Iniciação Cristã nas paróquias e que esse grupo fosse formado por pessoas das três etapas da Iniciação (Batismo, Eucaristia e Confirmação).
Mas, na verdade, o que quero aqui é propor uma sugestão de “momento de espiritualidade” ou “momento celebrativo” ou ainda “momento de oração” - como preferir chamar- com os agentes que atuam na “pastoral”, ou melhor, na etapa de catequese para o Batismo – (os catequistas de Batismo, porque não?).
É bem verdade também que, preocupados com a formação, com os conteúdos, palestras, técnicas de falar em público... nos esquecemos da necessidade de estarmos juntos para rezar. Ação Pastoral sem espiritualidade é fria e não dá os frutos esperados. Os pais e padrinhos que participam dos nossos encontros, muitas vezes, são de pouca vivência de fé e experiência de Deus. O conteúdo que vamos apresentar é importante, mas a experiência de Deus que podemos despertar é ainda mais! É urgente que os catequistas de Batismo vivam sua fé com fervor e piedade, pois só assim, eles são capazes de contagiar pais e padrinhos com a alegria da fé cristã. Acreditar que isso é possível, é o primeiro passo.
O Roteiro a seguir é uma proposta para ajudar nisso... Vamos lá!


Providencie um recipiente com água benta

Objetivo: Oportunizar momento de oração, partilha e entrosamento entre os catequistas de Batismo.

ORAÇÃO INICIAL
Chegada com oração silenciosa
Formar um Círculo, de pé
Motive a oração pedindo para que os participantes tragam à memória alguém que foi marcante na sua caminhada de fé, que os evangelizou ou que foram presença de Deus em algum momento significativo de suas vidas. Entoa-se o um refrão meditativo. Sugestão:
Santo espírito de Deus vem e fica aqui
Santo espírito de Deus vem e fica aqui
E passeia no meio do teu povo
E toca o coração do teu povo
Óh espírito de Deus, vem e fica aqui (2x)

MOTIVAÇÃO
Certo dia, encontrei-me com Carla, companheira de caminhada na comunidade. Carla havia sido catequista, mas, em função de algumas dificuldades, desistiu de tudo e, cansada da vida, dizia-me:
-Estou farta! Não quero mais viver, tudo no mundo está ruim, não existe nada mais de bom, existem guerras, pessoas se maltratando, casais se separando, jovens se drogando e poucos fazendo o bem. Pra que viver?
Convidei-a para sair comigo para pregar o evangelho. Com um pouco de resistência aceitou, mas dizendo que não era boa para se expressar e que não conseguiria falar de Jesus para ninguém. Saímos pelas ruas da cidade, rezando em silêncio por todos os que estavam trabalhando, sorrimos para as crianças que estavam trabalhando, sorrimos para as crianças que estavam saindo do colégio, cumprimentamos os pobres das ruas, trocamos algumas palavras com os idosos, acariciamos alguns doentes que estavam tomando sol, ajudamos uma senhora a carregar suas sacolas pesadas. Depois de termos atravessado a cidade quase toda, disse a ela:
-Vamos voltar para casa!
-E a pregação? – perguntou ela.
Sorri e respondi:
-Já a fizemos, Carla!
(CALANDRO, Eduardo; LEDO, Jordélio Siles. Psicopedagogia catequética: reflexões e vivências para a catequese conforme as idades, vol. 3: adulto. São Paulo: Paulus, 2011, p. 23.)

PARTILHA
Cada participante partilha rapidamente sobre uma pessoa que marcou sua vida de fé. Quem os transmitiu a fé ou mesmo fatos de pessoas que eles puderam ajudar na caminhada.
Quem conduz concluí lembrando que Deus conta conosco como instrumentos de evangelização. Em nossa ação catequética e pastoral podemos ser na vida daqueles que passam por nós aquele que marcará a vida de fé dessa pessoa, mesmo sendo eles os pais e padrinhos dos encontros em preparação ao Batismo que promovemos. É preciso acreditar que podemos evangelizar essas pessoas!

REZAR COM SALMO
Salmo 63(63) R: A minha alma tem sede de vós, ó meu Deus!

1.       Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!
Desde a aurora ansioso vos busco!
A minh´alma tem sede de vós,
Minha carne também vos deseja,
Como terra sedenta e sem água!

R: A minha alma tem sede de vós, ó meu Deus!

2.       Venho, assim, contemplar-vos no templo,
Para ver vossa glória e poder.
Vosso amor vale mais do que a vida:
E por isso meus lábios vos louvam.

R: A minha alma tem sede de vós, ó meu Deus!

3.       Quero, pois, vos louvar pela vida,
E elevar para vós minhas mãos!
A minh´alma será saciada,
Como em grande banquete de festa;
Cantará a alegria em meus lábios,
Ao cantar para vós meu louvor!

R: A minha alma tem sede de vós, ó meu Deus!

4.       Penso em vós no meu leito, de noite,
Nas vigílias suspiro por vós!
Para mim fostes sempre um socorro;
De vossas asas à sombra eu exulto!
Minha alma se agarra em vós;
Com poder vossa mão me sustenta.

RITO DA ÁGUA
O melhor de nós ás vezes se esbarra com aquilo que não é bom. O nosso potencial de fazer o bem precisa encontrar espaço no nosso coração para desenvolve-se. Para isso, Deus nos purifica daquilo que nos distancia Dele. Peçamos a Deus que nos lave de tudo aquilo que não é bom...
Cada participante, em clima de oração, se aproxima do recipiente com água benta, molha a ponta dos dedos e traça o sinal da cruz em outro participante, enquanto isso, canta-se:
Eu te peço desta água que tu tens,
És água viva, meu Senhor,
Tenho sede, tenho fome de amor
E acredito nesta fonte de onde vens.

Vens de Deus, estás em Deus, também és Deus,
E Deus contigo faz um só.
Eu, porém, que vim da terra e volto ao pó,
Quero viver eternamente ao lado teu.

És água viva, és vida nova
E todo o dia me batizas outra vez.
Me fazes renascer, me fazes reviver
E eu quero água desta fonte de onde vens. (bis)

Ou outro canto a escolha.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Sugestão do Rito da Entrega da Oração do Senhor (Pai-Nosso)

Na Catequese de inspiração Catecumenal, os ritos - momentos celebrativos - marcam o caminho de crescimento na fé das crianças, jovens e adultos e de suas famílias. Esses ritos são adaptados do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos. É bom lembrar que para o direito canônico - a lei da Igreja - "adulto" é qualquer um na "idade da razão", ou seja, crianças a partir dos 7 (sete) anos de idade.

Depois de baixar, leia atentamente todo o Rito e procure tirar qualquer dúvida com o padre. Consulte o RICA - Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, números 188-192 (edições Paulus págs. 56 a 61)






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domingo, 19 de outubro de 2014

O que ficou do Sínodo das Famílias?

Desde o início, era sabido de todos que o sínodo não tinha pretensão de fazer nenhuma mudança doutrinal. Não é para isso que um sínodo serve. O seu objetivo era enfrentar os desafios pastorais que a Igreja encontra no anúncio do Evangelho da Família nos dias de hoje.

Normalmente,  um sínodo faz "proposições" ou propostas sobre o tema em discussão e depois as apresenta para o papa que através de um documento (uma exortação apostólica pós - sinodal) dá a palavra final sobre o assunto. Com esse sínodo foi diferente. O que ficou desse sínodo foi um "Relatório" que será usado pelos bispos do mundo inteiro como objeto de estudo até o sínodo do ano que vem (2015), onde o "drama" das discussões continua.


Comparado ao texto do "Relatio Post Disceptationem", que era o texto de trabalho ou o "rascunho" do relatório final do Sínodo, esse texto final é menos propositivo. Apesar de destacar os valores da família cristã e valorizar as famílias que vivem a fidelidade ao ensinamento da Igreja, o texto que foi votado pelos bispos que participaram do sínodo, tratou muito pouco dos assuntos mais "polêmicos" dentre os desafios atuais. Um pena. 

 Mas, pela primeira vez, ficou claro que sobre várias questões, não havia consenso ou unanimidade entre os bispos. O processo foi transparente. Talvez seja justamente isso o grande legado desse sínodo convocado pelo papa Francisco: a transparência nas discussões.

Uma mudança que conseguiu passar pelo crivo dos padres sinodais é a necessária atualização da linguagem. Deixa-se de usar a expressão "lei natural", por exemplo, para se falar agora em "ordem da criação". Temos certeza que essa mudança facilitará o diálogo das posições da Igreja com o mundo ao propor o Evangelho da Família. 

A dicotomia entre a prática da comunhão dos "recasados" e os ensinamentos do Magistério continua. A pouca orientação pastoral no que se refere as pessoas em uniões homoafetivas e a educação da fé das crianças adotadas por essas pessoas ainda permanecem. 

Agora, nos resta esperar 2015.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

A natureza do projeto de Jesus exige uma Igreja plural


Ouvir a voz de Deus, compreender a Sua vontade e ser um dos seguidores de Jesus que o procuram para escutá-lo (cf. Lc 6, 18): eis um grande desafio!

 Jesus quis fazer a vontade do Pai e para tomar uma decisão importante, para fazer uma escolha quanto ao futuro da comunidade que se formava ao seu redor, ele coloca-se em profunda oração para discernir a vontade de Deus.

 Ora, quando Jesus desce para anunciar entre os seus discípulos aqueles que seriam escolhidos apóstolos, ou seja, os "enviados", Ele poderia ter escolhido um grupo uniforme, de homens provindos do judaísmo farisaico, grupo onde Ele mesmo nasceu e parece ter maior proximidade ou de outro grupo com uma mesma origem, homens que pensassem de forma igual, assim, seria mais fácil para que eles aderissem ao Seu projeto. Mas o que acontece não é bem assim. O grupo dos apóstolos é heterogêneo, tem gente diferente, não é uniforme e muito menos apático. Há homens com nomes judeus, outros com nomes gregos, há ainda um cobrador de impostos que tem uma origem diversa dos apóstolos pescadores e um ex-radical do grupo dos zelotas que queria libertar o povo na base da violência (cf. Lc 6, 13-16). Tudo isso era o grupo de Jesus, do qual nasceu a Igreja.

Por que Jesus escolheria um grupo assim? 
A uniformidade não parece ser a opção de Jesus que atraia pelos seus ensinamentos e curas não só clássico povo escolhido de Jerusalém, mas também os provindos de terras pagãs, como o litoral de Tiro e Sodônia (cf. Lc 6, 17). Jesus não é exclusivista, Sua mensagem é para todos e a adesão ao seu projeto não parece pressupor a recusa das origens ou da história de cada pessoa. Se assim fosse, ele mesmo não teria feito questão de escolher doze apóstolos (cf. Lc 6,13), em referencia as doze tribos de Israel, povo e cultura que assumiu ao encarnar-se na humanidade.
Dessa forma a Igreja que hoje é a continuadora do projeto de Jesus, ao qual os apóstolos foram os escolhidos e enviados a anunciar, não deve agir de forma diferente em relação aos membros do grupo que a compõem na atualidade.
Se não há espaço para discípulos de diferentes origens, se não há espaço para seguidores de Jesus com formas de pensar diversas - que na verdade podem enriquecer a reflexão da ação pastoral da Igreja, se não há espaço para aquele que é diferente, para o outro que não é como eu, para o que não é igual, então não há fidelidade à postura de Jesus e ao seu projeto.
 De novo, podemos nos perguntar: Porque Jesus tinha um grupo com apóstolos tão diferentes uns dos outros?

Porque o seu projeto exigia. Porque as pessoas para quem os apóstolos são enviados a anunciar a Boa Nova também são diversas (cf. Lc 6, 17) e Jesus quer, por meio deles, alcançá-las cada uma em sua própria realidade. Assim a Igreja é chamada também a exercitar-se na abertura da escolha e do envio de seus "enviados".

Isso longe de ferir a unidade da Igreja, antes, revela-a de maneira ainda mais sublime, pois, a fidelidade ao projeto de Jesus inclui, sem dúvida, alguém que possa presidi-lo, orientá-lo, com é o caso do apóstolo Pedro que "puxa" a lista dos escolhidos (cf. Lc 6, 14) em visível sinal de que encabeçará os apóstolos em sua missão, assim como é o papa e a hierarquia da Igreja hoje.

A presença de um traidor, de um mentiroso no grupo dos apóstolos, nos mostra que a infidelidade a causa de Jesus (cf. Lc 6, 16), mesmo dentro da Igreja, infelizmente é algo recorrente... pode-se trair o projeto de Jesus de outros modos. O fechamento, e a incapacidade de diálogo são alguns exemplos.

Por fim, é de grande valia notar que o Evangelho diz que de Jesus,"saia um poder que curava" (Lc 6, 19).  É a ação do Espírito Santo que toca a todos que Dele se aproximam (cf. Lc 6, 18-19). O Espírito age ainda hoje, cura ainda hoje, transforma ainda hoje... Que sejamos dóceis a ação do Espírito Santo que a todos toca, a todos respeita e une - união que não significa uniformidade, mesmo dentro da Igreja.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Sugestão do Rito da Entrega do Símbolo (Credo)

Na Catequese de inspiração Catecumenal, os ritos - momentos celebrativos - marcam o caminho de crescimento na fé das crianças, jovens e adultos e de suas famílias. Esses ritos são adaptados do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos. É bom lembrar que para o direito canônico - a lei da Igreja - "adulto" é qualquer um na "idade da razão", ou seja, crianças a partir dos 7 (sete) anos de idade.

Depois de baixar, leia atentamente todo o Rito e procure tirar qualquer dúvida com um padre. Consulte o RICA - Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, números 185-187  (edição Paulus págs. 54 - 56);







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ESSA É UMA SUGESTÃO QUE PROCURA ENCONTRAR PARA OS PAIS E PADRINHOS, UMA PARTICIPAÇÃO EFETIVA NO RITO, MAS VOCÊ CATEQUISTA, PODE USAR DE SUA CRIATIVIDADE (E BOM SENSO, PARA NÃO FUGIR DA PROPOSTA DO RITO). VEJA COMO É MELHOR MANEIRA CELEBRATIVA PARA SUA COMUNIDADE!

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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Símbolos do Batismo

Um dos conteúdos dos encontros de preparação para o batismo com pais e padrinhos e de encontros de catequese sobre o sacramento do batismo são os símbolos da celebração. Os principais símbolos: 

A ÁGUA simboliza: Purificação, Vida e Morte
A ÁGUA COMO SINAL DE PURIFICAÇÃO
A palavra Batismo significa “mergulho” ou “banho”.  A água limpa e purifica. O batismo nos lava do pecado original e nos torna filhos de DEUS e membros da Igreja. Pecado original é a natureza humana decaída que nos afasta de Deus.  Na cerimônia da benção da água batismal, há esta belíssima oração: “Bendito sejais, Deus Pai, que criastes a água para purificar e comunicar a vida”.
E na bênção comum para tornar a água benta, reza-se: “Deus eterno, quisestes que, pela água, fonte de vida e princípio de purificação, as nossas almas fossem purificadas”. E ainda: “Fostes vós que a criastes para fecundar a terra e para lavar os nossos corpos e refazer as nossas forças. Que esta água seja para nós uma recordação do nosso batismo.”
A Bíblia nos conta que Naamã, chefe de exército procura o profeta Elizeu quando está com lepra- doença que na época era incurável e que todos acreditavam que só os que eram muito pecadores que pegavam. O profeta manda Naamã banhar-se nas águas do rio Jordão. Naamã fica curado e passa a acreditar em Deus. (cf. 2 Reis 5)
A ÁGUA COMO SINAL DE VIDA E DE MORTE
O mergulho na pia batismal, ou nas águas batismais, significa o afogamento, a morte do pecado, do homem velho, do egoísmo, das raízes do mal no homem. Recorda a morte e o sepultamento de Cristo. Em Cristo enterrado descobrem-se as causas do mal, a raiz do pecado de todos os homens.
Este gesto significa morte e vida, morte e ressurreição. É o Cristo que é enterrado, morto, sepultado que depois sai do sepulcro, glorioso, vencedor do mal e da morte, é ressurreição!
São Paulo ensina: “Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo, fomos batizados em sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele em sua morte pelo batismo, para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim também vivamos uma vida nova. Se fomos feitos o mesmo ser com ele por uma morte semelhante À sua, se-lo-emos igualmente por uma comum ressurreição” (Rm 6, 3-6).
Há, na Bíblia, dois fatos que evidenciam o simbolismo da água como causa de morte e de vida: o dilúvio e a travessia do Mar Vermelho.
a)      O dilúvio
São Pedro, em suas cartas, fala diversas vezes do dilúvio como símbolo do batismo: “Esta água prefigurava o batismo de agora que vos salva também a vós: não pela purificação das impurezas do corpo, mas pela que consiste em pedir a Deus uma consciência boa, pela ressurreição de Cristo” (1Pd 3,21).
Somente Noé foi salvo das águas. O resto pereceu porque era pecador: “Noé foi achado perfeito e justo, no tempo da cólera foi o renovo; graças a ele o resto ficou sobre a terra quando se deu o dilúvio; alianças eternas foram estabelecidas com ele” (Eclo 44, 17s).
b)      A travessia do Mar Vermelho
Diz a oração sobre a água do batismo: “Concedestes aos filhos de Abraão atravessar o Mar Vermelho a pé enxuto, para que, livres da escravidão, prefigurassem o povo, nascido na água do batismo”.
Houve morte e vida. A água do Mar Vermelho simboliza a morte dos egípcios e a vida, a liberdade, a fé dos filhos de Abraão.

SINAL DA CRUZ
O sinal-da-cruz assinala a marca de Cristo naquele que vai pertencer-lhe e significa a graça da redenção que Cristo nos proporcionou por sua cruz. (Catecismo 1235)
É o sinal que os pais e padrinhos traçam na testa da criança, é um sinal que ela vai se tornar cristã. Também significa um compromisso dos pais e padrinhos, que deverão orientar o batizando, dentro da Igreja Católica zelando pela sua fé.

CÍRIO PASCAL
O Círio Pascal é o símbolo do Cristo Ressuscitado. Ele traz os seguintes símbolos:
·         O alfa (Α), a primeira letra do alfabeto grego e o ómega (Ω), a última letra do alfabeto grego que significam que Cristo é o princípio e o fim (cf. Ap 21,6).
·         O ano em curso (A Ele o tempo e a eternidade).
·         A cruz (símbolo da redenção).
No Círio há também cinco grãos de incenso. Representam as cinco chagas de Cristo na Cruz:
·         a coroa de espinhos,
·         o prego da mão direita,
·         o prego da mão esquerda,
·         o prego dos pés, e
·         o corte feito no lado direito do seu peito, por um soldado romano, vendo que Ele já estava morto.

VELA DO BATIZADO
A Vela do Batizado que é acesa no Círio Pascal representa a fé do batizado em Jesus Cristo que deve ser luz do mundo (cf. Jo 8, 12). Disse Jesus: “Vós sois a luz do mundo (...) Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras” (Mt 5, 14-16). Como a ela conserva a chama, e vai iluminando a todos, até consumir-se toda, assim também deverá fazer o cristão. Desde o dia do seu batismo até sua morte, deverá iluminar aqueles que o rodeiam com sua fé e com seu testemunho cristão. Os pais e padrinhos são os responsáveis por manter acessa a chama da fé das crianças batizadas.

ÓLEO DO BATISMO (ou Óleo dos Catecúmenos)
Na unção pré-batismal, é pedido aos que serão batizados a coragem e a força para lutarem contra o mal e as tentações que a vida trará. Os antigos lutadores se ungiam com óleo em todo o corpo para fortificar os músculos e para dificultar que os adversários os agarrassem. O batizando é ungido no peito com a seguinte oração: “O Cristo Salvador te dê sua força. Que ela penetre em tua vida como este óleo em teu peito”.

ÓLEO DO CRISMA
Na unção pós-batismal, o batizado assume o compromisso de continuar a missão de Cristo de ser sacerdote (se colocar a serviço dos outros); de ser profeta (anunciar com palavras e pelo exemplo de vida a fé em Jesus Cristo assumida no Batismo); e de ser rei (cuidar das coisas de Deus e esforçar-se para que as pessoas vivam no amor).  Os antigos reis de Israel, como o Rei Davi eram consagrados com óleo para a missão de governar o povo (cf. 1 Sm 16).
A unção com o Óleo do Crisma ainda não é o sacramento do Crisma que será recebido do bispo quando o batizado for jovem e tiver se preparado pela catequese.

VESTE BRANCA
A veste branca recorda Cristo cheio de glória. A veste batismal é o sinal da pureza de vida Cristã, pureza de alma. É o sinal do “revestir-se de Cristo” (Cl 3,10), da vida nova em Jesus. A veste branca indica a nossa fidelidade a fé em Cristo, pois “Fomos despojados do homem velho e revestidos do homem novo”. “Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo” (Gl 3,27).

SAL

O Sal tem duas grandes finalidades: “dar sabor” e “conservar” os alimentos. Como Símbolo religioso o Sal significa: “ser o tempero, ser o exemplo” que estimulará os irmãos a caminhar na estrada do direito, da justiça e do amor fraterno; “dando sabor” ao mundo, para ter fome da Palavra de Deus. Diz Jesus: “Vós sois o sal para a humanidade; mas se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada” (Mt 5, 13).

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Sugestão do Rito da Benção dos iniciandos e Unção dos Catecúmenos (ainda não batizados)

 Na Catequese de inspiração Catecumenal, os ritos - momentos celebrativos - marcam o caminho de crescimento na fé das crianças, jovens e adultos e de suas famílias. Esses ritos são adaptados do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos. É bom lembrar que para o direito canônico - a lei da Igreja - "adulto" é qualquer um na "idade da razão", ou seja, crianças a partir dos 7 (sete) anos de idade.  

Leia atentamente todo o Rito e procure tirar qualquer dúvida com o padre. Consulte o RICA - Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, números 119-132 (Edições Paulus págs. 46 - 48). 








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ESSA É UMA SUGESTÃO QUE PROCURA ENCONTRAR PARA OS PAIS E PADRINHOS, UMA PARTICIPAÇÃO EFETIVA NO RITO, MAS VOCÊ CATEQUISTA, PODE USAR DE SUA CRIATIVIDADE (E BOM SENSO, PARA NÃO FUGIR DA PROPOSTA DO RITO). VEJA COMO É MELHOR MANEIRA CELEBRATIVA PARA SUA COMUNIDADE! 

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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Na Copa, a Culpa é das Estrelas


No Evangelho de hoje, Jesus alerta seus discípulos para não praticarem a justiça como algumas das autoridades de seu tempo praticavam...não era justiça."Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus."
Mestres da Lei e fariseus eram pessoas importantes do seu tempo que eram ouvidas por muitos...como hoje alguns do que usam a hashtag #CopadasCopas no Twitter.  Eles falam de justiça, mas a justiça deles é insuficiente e Jesus manda ultrapassá-la.

"Portanto, quando tu estiverdes levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta."

De altar em altar. O governo federal solicitou ao papa uma mensagem especial para a Copa no Brasil. Muito bom! Na agenda da nossa estrela vermelha também está marcada presença na inauguração do templo de seu aliado político que depois de não conseguir o direito de exibir os jogos da #CopadsCopas na sua emissora, encabeçou um jejum por TV desligada na copa. Já não importa mais o irmão, só o altar pra reconciliar. Carta de um, votos de outro, isso que é reconciliação!

Quanto tá custando nossa brincadeira com a vuvuzela mesmo?
"Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo".
Mas pera aí... Não sairá? Estrela cadente vermelha que não cai? Ou é a nação do futebol que não sai da mesma? E quem vai pagar até o último centavo? O jogo vai começar!

terça-feira, 8 de abril de 2014

Sugestão do Rito de Entrega da Bíblia

Na Catequese de inspiração Catecumenal, os ritos - momentos celebrativos - marcam o caminho de crescimento na fé das crianças, jovens e adultos e de suas famílias. Esses ritos são adaptados do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos. É bom lembrar que para o direito canônico - a lei da Igreja - "adulto" é qualquer um na "idade da razão", ou seja, crianças a partir dos 7 (sete) anos de idade. 

Depois de baixar, leia atentamente todo o Rito e procure tirar qualquer dúvida com um padre. Consulte o RICA - Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, números 91-97 (edição Paulus págs. 41 - 43); 

ESSA É UMA SUGESTÃO QUE PROCURA ENCONTRAR PARA OS PAIS E PADRINHOS, UMA PARTICIPAÇÃO EFETIVA NO RITO, MAS VOCÊ CATEQUISTA, PODE USAR DE SUA CRIATIVIDADE (E BOM SENSO, PARA NÃO FUGIR DA PROPOSTA DO RITO). VEJA COMO É MELHOR MANEIRA CELEBRATIVA PARA SUA COMUNIDADE!

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SUGESTÃO DO RITO DE ENTREGA... by João Melo on Scribd

sábado, 5 de abril de 2014

Sugestão do Rito de Acolhida e Assinalação

Na Catequese de inspiração Catecumenal, os ritos - momentos celebrativos - marcam o caminho de crescimento na fé das crianças, jovens e adultos e de suas famílias. Esses ritos são adaptados do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos. É bom lembrar que para o direito canônico - a lei da Igreja - "adulto" é qualquer um na "idade da razão", ou seja, crianças a partir dos 7 (sete) anos de idade. 

Depois de baixar, leia atentamente todo o Rito e procure tirar qualquer dúvida com um padre. Consulte o RICA - Ritual da Iniciação Cristã de Adultosnúmeros 68-90 (Edições Paulus págs. 35 - 40). 



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ESSA É UMA SUGESTÃO QUE PROCURA ENCONTRAR PARA OS PAIS E PADRINHOS, UMA PARTICIPAÇÃO EFETIVA NO RITO, MAS VOCÊ CATEQUISTA, PODE USAR DE SUA CRIATIVIDADE (E BOM SENSO, PARA NÃO FUGIR DA PROPOSTA DO RITO). VEJA COMO É MELHOR MANEIRA CELEBRATIVA PARA SUA COMUNIDADE!

SUGESTÃO DO RITO DE ACOLHID... by João Melo on Scribd

quarta-feira, 2 de abril de 2014

A Vida de São José de Anchieta em jogral

José de Anchieta  - se Deus quiser amanhã (3 de Abril de 2014) , finalmente, mesmo depois dos imprevistos de última hora- será declarado santo. São José de Anchieta.

 Em meio aos meus livros, encontrei em um do conhecido frei Bernardo Cansi - saudoso catequeta de longa fama - um jogral em seu livro "Jograis e Celebrações" V. III da Paulinas, em que nas páginas 96 a 98, comemora o dia 9 de junho como Dia Nacional de Anchieta. Eis aí o Jogral:

A Vida do Padre José de Anchieta  (Jogral) 

1.       O padre José de Anchieta nasceu em 1533.
2.       É sacerdote jesuíta, isto é, da Companhia de Jesus. Jesuítas são padres que se dedicam à catequese, à cultura e à propagação do Evangelho de Jesus.
3.       José de Anchieta nasceu em La Laguna, nas Ilhas Canárias.
4.       Veio ao Brasil com 20 anos de idade. Veio na comitiva do segundo Governador Geral, Dom Duarte da Costa.
5.       Padre José de Anchieta começou trabalhando no Planalto de Piratininga, berço da maior cidade industrial do Brasil, São Paulo.
Todos – Anchieta ensinava e instruía os colonos e os índios. Verdadeiro mestre e grande amigo.

1.       Aos 43 anos foi provincial dos padres jesuítas no Brasil.
2.       Morreu com a idade de 64 anos, no estado do Espírito Santo.
3.       Pelo trabalho que exerceu na catequese, no ensino religioso, Anchieta é chamado por todos de “Apóstolo do Brasil”.
4.       Como catequista, foi o primeiro mestre do Brasil.
5.       Não só ensinou. Não foi apenas um catequista. Um sacerdote dedicado ao Evangelho. Mas foi um literato. Escreveu livros sobre o Brasil.
Todos – O padre José de Anchieta é chamado também de “O Fundador da Literatura Brasileira”.

1.       Oi enfermeiro.
2.       Foi poeta.
3.       Foi escritor.
4.       Teatrólogo. Através do teatro ensinava religião e o bem.
5.       Através do palco, tornava as lições mais agradáveis  e simples.
Todos – Exerceu sua tarefa de educador, de mestre, de sacerdote com amor, com competência. Foi muito responsável como sacerdote e educador.

11.       Interessou-se muito na ajuda aos índios.
22.       Aprendeu a língua dos índios tupis. Escreveu esse livro: “Arte da Gramática da Língua mais Usada na Costa do Brasil”. Era a íngua Tupi. Vejam o trabalho de Anchieta. Seríamos capazes de realizar tamanha aventura? Seríamos capazes de aprender uma língua dos índios só para  poder falar com eles?
33.       Através do teatro, Anchieta mostrava que Deus é o Criador das coisas.
44.       Nos jograis que fazia com os índios ensinava a diferença entre o bem e o mal. Entre a luz e as trevas. O pecado e a santidade. A morte e a vida. A vida eterna e a vida passageira desse mundo.
55.       Usava muitos cantos e poesias para se fazer entender por todos.
Todos – As peças eram encenadas nas aldeias dos índios. Nas cidades. Dentro das igrejas. Ou em palcos armados nas escolas e nos colégios.

11.       Célebre é sua poesia à “Bem-aventurada Virgem Mãe de Deus, Maria”.
22.       Que o padre José de Anchieta seja para todos nós um exemplo de amizade ao Brasil.
33.       Que o padre Anchieta seja para os brasileiros um exemplo de amor a Deus e ao próximo.
44.       Que o padre José de Anchieta continue em nossa vida, em nossos trabalhos e na missão de cada um de nós.
55.       Padre Anchieta, abençoai o Brasil.

Todos- Padre Anchieta abençoai todos os educadores. Todos os catequistas. Todas as escolas. Os índios. Os pobres. Os brasileiros todos. Do norte ao sul. Do leste ao oeste. Do cento às praias do mar. Abençoai o céu e o povo brasileiro. Padre Anchieta, ajudai-nos a ser santos e responsáveis em nossa missão de brasileiros, de homens de fé e esperança. Amém. 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Frozen: uma Aventura de Fuga e de Amor Ágape

Frozen já é a animação mais assistida no cinema de todos os tempos. Ora, uma vez que o filme está cada vez mais popular, cabe aqui, portanto, valorizar os vários aspectos positivos que a animação da Disney mostra.
Elsa é a rainha amaldiçoada por ter o poder de congelar as coisas. Seu drama é não saber como controlar o seu poder e ferir os outros, como fez quando era pequena, em um acidente com sua irmã mais nova, Anna. Diante de uma crise, sobre forte pressão no dia de sua coroação, Elsa que até então escondeu o seu poder de todos e se vê desmascarada, foge para uma montanha. Ela decide deixar tudo para trás, sua irmã, reino e problemas. O seu Deixar tudo para trás, cena da música “Let it Go” (em português ficou “Livre Estou”– embora a música seja ótima e mereça o Oscar de Melhor Canção Original 2014 que ganhou)  não se mostrou a melhor solução, aliás a aparente liberdade em deixar tudo, “chutar o balde”, pode até ser prazeroso e trazer a sensação de liberdade inicial como mostra a música :  “I know I left a life behind / But I'm too relieved to grieve” – tradução livre :Eu sei que deixei uma vida para trás/Mas estou aliviada demais para lamentar.
 Não é a primeira vez que isso acontece. Outro famoso personagem da Disney já tinha feito o mesmo e não foi bem sucedido também. O Hit “hakuna matata” é também, como o Hit de Elsa, o momento em que o leão Simba decide por deixar de lado os problemas mal resolvidos da vida e tentar seguir adiante. Seguir adiante não é o problema, o problema é não fazer isso direito. O profeta Jonas, na Bíblia, faz a mesma bobagem, segue a vida “fugindo” de sua missão (cf. Jn 1,1-3), os reis Simba e Elsa fogem da responsabilidade e de todas as dificuldades que isso implica. Jonas foge da sua responsabilidade incumbida por Deus (cf. Jn 1, 1-2). Fugir não é a solução! Felizmente todos eles, Jonas (cf. Jn 3, 1-5), Elsa e Simba voltam e cumprem o seu chamado, sua vocação. Não adie, não deixe pra lá, não fuga da sua vida, enfrente-a!
Elsa é amaldiçoada. Nasceu com o poder de congelar, fazer gelo e neve. Seus poderes com o tempo só aumentam e ela torna-se capaz de causar um inverno constante e uma tempestade sem fim. Com a morte dos pais e o acidente com a irmã mais nova, Elsa cresce convicta de que sua condição é, de fato, a condição de alguém amaldiçoado, por isso resolve isolar-se, para não ferir ninguém. A sua condição natural, inerente à sua vida a fez assim, não foi uma escolha. Nem todas as situações da vida são escolhas. Elsa demorou em perceber que é a sua atitude diante do que a vida é, é que fará de sua condição uma maldição ou um dom. A sua condição existencial não define toda a sua vida. É preciso optar por fazer o melhor de uma situação controversa. O caminho? Acho que aqui está o grande valor do filme Frozen – Uma Aventura Congelante , Elsa verbaliza, quase no fim da animação holywoodiana, o caminho para fazer de uma condição irreversível, o melhor possível: o Amor.
De fato, Frozen não apresenta a idéia de amor apenas em seu víeis romântico (Eros), mas explora também o conceito do amor filia entre Elsa e Anna e – o mais eloqüente – o amor ágape. O coração congelado de Anna só pode ser curado por um “ato de verdadeiro amor”. O espectador é levado a acreditar que se trata do clássico beijo do amor verdadeiro (romântico – Eros), explorado em outros contos da Disney e DreamWorks –para citar alguns exemplos – mas, é na verdade um gesto de amor agápico que cura Anna. O amor que é o sacrificar-se pelo outro, um amor-doação que o cristão bem conhece. O dar a vida pelos seus amigos (cf. Jo 15, 13). Anna estava totalmente congelada, sem vida, mas não por acaso. Seu sofrimento tinha um sentido, resgatar a sua irmã, salvar sua vida. Não há como não lembrar o sofrimento enfrentado por Jesus que sofre pelo gênero humano, para sua salvação. De alguma maneira, Anna parece por em prática o que Jesus outrora disse: “Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13, 35). Ora, o Amor é o ponto auge do viver cristão “porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4, 7-8)

Com a vitória do Amor, o inverno chega ao fim!