A notícia ganhou vulto sobretudo nos meios mais conservadores porque parece acenar a possibilidade de inserir uma prática do rito extraordinário (tridentino) no rito ordinário (moderno).
Mas vamos com calma...
A notícia não nos veio de Roma, mas de Londres, onde o Cardeal Sarah abria uma conferência sobre liturgia. Ele falava ao clero local de Londres e a outros participantes da conferência sobre uma sugestão para o tempo do advento que poderia ser inserida com muita prudência e catequese pelos ministros ordenados que assim desejassem. Para ele, no advento, se todo a assembleia, ministros ordenados e fiéis, estivessem voltados para o tabernáculo em alguns momentos litúrgicos em que particularmente nos voltamos a Deus, isso bem traduziria a espiritualidade da espera pelo "Senhor que vem", própria desse tempo litúrgico.
Nessa ocasião, Dom Robert Sarah não estava sugerindo que a Missa fosse celebrada no rito tridentino. Ele estava falando da possibilidade de se celebrar ad orientem algumas partes do rito ordinário.
A fala do prefeito da Congregação para o Culto Divino não tem força de decreto ou orientação para a Igreja universal. Se tivesse, tais orientações já estariam publicadas de forma oficial e até disponíveis na página da Congregação para o Culto Divino. O último texto emanado pela Congregação e assinado pelo Cardeal é sobre a elevação da memória obrigatória de Sta. Maria Madalena à festa no calendário romano (consulta feita dia 07/07/2016). O que Sarah disse em Londres são sugestões e nada mais.
Por fim, a fala do Cardeal Robert, segundo o portal de notícias National Catholic Register, na íntegra diz que a possibilidade dessas inserções sejam feitas: "naquelas partes dos ritos litúrgicos em que nos voltamos para Deus". Isso não parece, portanto, uma "exortação" a celebrar todo o rito ordinário ad orientem.
A Missa no rito romano moderno não mudou e sua forma ordinário continua sendo de frente para o povo.
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