Pe. Gregório Lutz
Gostamos de tudo que é novo. A palavra “novo” é como que uma força mágica. Tudo deve
ser novo: O vestido e a camisa, a casa e o carro, até o sabor do café. Nada se vende, se não é novo; pelo menos a
embalagem deve ser nova. Também em outros campos da nossa vida, aquilo que é
novo exerce uma atração fascinante: As novas descobertas, as novas conquistas
no campo da ciência, da técnica, da medicina. Tudo deve renovar-se
constantemente. A Igreja não é isenta desta euforia do novo: Renovação bíblica,
renovação litúrgica, renovação carismática...
E
esta tendência para tudo que é novo, não é recente, não é moderna. Lembremos só
que Jesus selou com seu sangue um novo testamento, uma nova aliança; nós somos
o novo Israel, o novo povo de Deus.
Na
liturgia o desejo de renovação e a exortação para se renovar são fortes e
frequentes. O sentido de toda ação litúrgica, de comemorar ou fazer memória, de
atualizar ou tornar presente um fato histórico passado, não é no fundo também
um renovar?
Mas,
também num sentido explícito e formal a liturgia realiza e celebra renovação:
Renovação das promessas batismais, especialmente na Vigília pascal: “Terminados
os exercícios da Quaresma, renovemos as promessas do nosso batismo”. Na Missa
do Crisma, o bispo se dirige aos presbíteros com estas palavras: “Filhos
caríssimos, ... quereis renovar as promessas que um dia fizestes perante o
vosso bispo e o povo de Deus?” Sempre mais
entendem-se também os jubileus do casamento ou da profissão religiosa
como renovação de um compromisso uma vez assumido. Que tudo isso é legítimo e
de maneira alguma novidade, nos mostra a 2ª carta de São Paulo a Timóteo (1,6):
“Eu te exorto a reavivar o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas
mãos”.
Estas
palavras, que evidentemente dizem respeito ao sacramento da ordem, poderiam ser
literalmente aplicadas também ao
sacramento da Confirmação. Ora, que dia do ano seria mais indicado para tal
renovação do sacramento da Confirmação do que a festa de Pentecostes? Sem
dúvida, Pentecostes, a festa em que comemoramos a vinda do Espírito Santo sobre
a Igreja nascente, se presta melhor do que qualquer outro dia para renovar
também o dom do Espírito que nos foi dado no sacramento da Confirmação.
É claro que as formas desta renovação podem
ser as mais diversas, desde um momento comemorativo dentro da missa festiva de
Pentecostes ou numa hora do Ofício Divino, até uma celebração própria. Não
existem limites para a criatividade dos que querem reavivar o grande Dom de
Deus. O Lecionário da Missa nos abre profusamente o tesouro da Sagrada
Escritura de textos sobre o Espírito Santo.
Como
todas as renovações de um sacramento, também esta não se deve restringir à
celebração litúrgica, mas devemos celebrar aquilo que estamos vivendo e a festa
da renovação nos deve dar força para vivermos com novo fervor e mais
intensidade a vida daquele Espírito que renova a face da terra.
Perguntas para reflexão pessoal ou em grupo:
1.
Como vivi minha
confirmação desde que fui crismado?
2.
Como posso renovar
minha “vida no Espírito”?
3.
Como e com que
elementos rituais eu gostaria de celebrar a renovação do sacramento da Crisma
que recebi?
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