O Vaticano, por meio da Congregação para a Doutrina da Fé, voltou
a emitir decretos sobre a Missa em latim para os "diversos fiéis" que
foram "formados no espírito das formas litúrgicas precedentes
ao Concílio Vaticano II[1]". Os decretos enxertam
elementos da Missa de Paulo VI no jeito medieval de rezar a Ceia[2].
O assunto é complicado. Da parte do papa Francisco, há um esforço
humilde e sincero para abraçar esses diversos fiéis formados na era anterior a
reforma litúrgica. Largar velhas práticas e mudar de hábito é um desafio mesmo.
Para alguns isso significa perceber um afeto desordenado a práticas antigas que
já não mais favorecem a transmissão da fé. Perceber e desejar, junto com o
restante da humanidade, seguir a diante, isto é, para o vernáculo.
Mesmo assim, outros diversos fiéis, não formados no latim - e que
possuem dificuldades linguísticas até mesmo com seu idioma natal, o também velho
Português - e nem formação no espírito das formas litúrgicas precedentes ao
Vaticano II, adotam, por hobbies, a Missa no rito semi-antigo (Antigo mesmo é o de Paulo VI que retoma a Igreja Antiga/Primitiva).
Para os que não conseguem dar esse passo de liberdade, desapego e
certa indiferença, talvez o melhor seja aprender bem o latim para compreender
com clareza o que se diz na liturgia arcaica. A missa não é teatro, não é
mesmo? Então, só decorar “falas” do “latinorum” sem entender o que se
diz, se responde, se aclama... me parece, como vou dizer isso... me parece uma
atuação de figurante: É estar e não estar. Portanto, estude latim! Verdade seja
dita: Missa em latim é mais difícil de entender.
[1] "5. Diversos fiéis, tendo sido formados no
espírito das formas litúrgicas precedentes ao Concílio
Vaticano II, expressaram o ardente desejo de conservar a antiga tradição.
Por isso o Papa João
Paulo II, por meio de um Indulto especial, emanado pela Congregação
para o Culto Divino, Quattuor abhinc annos, em 1984, concedeu a faculdade
de retomar, sob certas condições, o uso do Missal Romano promulgado pelo
beato Papa João
XXIII. Além disso, o Papa João
Paulo II, com o Motu Próprio Ecclesia Dei de
1988, exortou os bispos a que fossem generosos ao conceder a dita faculdade a
favor de todos os fiéis que o pedissem. Na mesma linha se põe o Papa Bento XVI com
o Motu Próprio Summorum
Pontificum, no qual são indicados alguns critérios essenciais para
o Usus Antiquior do Rito Romano, que oportunamente aqui se
recordam" (http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_commissions/ecclsdei/documents/rc_com_ecclsdei_doc_20110430_istr-universae-ecclesiae_po.html)
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